15 de jul 2025
Tropas etíopes são acusadas de executar trabalhadores humanitários na guerra de Tigray
Médicos Sem Fronteiras exige justiça após assassinato de três trabalhadores por tropas etíopes em Tigray durante missão humanitária.

Os três eram considerados profissionais e apaixonados por seus trabalhos - Foto: MSF
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Médicos Sem Fronteiras (MSF) denunciou que três de seus trabalhadores foram assassinados intencionalmente por tropas etíopes em 24 de junho de 2021, durante uma missão humanitária na região de Tigray, na Etiópia. A espanhola María Hernández Matas e os etíopes Tedros Gebremariam e Yohannes Halefom Reda foram mortos enquanto avaliavam necessidades médicas em uma área marcada por intensos combates.
A investigação da MSF revelou que os profissionais foram alvejados a queima-roupa enquanto estavam em um veículo claramente identificado com o logotipo da organização. O ataque ocorreu quando se dirigiam a um povoado próximo à cidade de Abi Adi. O veículo foi interceptado, incendiado e os ocupantes executados. Evidências indicam que as Forças Nacionais de Defesa da Etiópia (FNDE) estavam presentes na estrada durante o ataque.
Testemunhas relataram que ouviram um comandante das FNDE dando ordens para disparar contra o veículo da MSF. Apesar das promessas do governo etíope de uma investigação imparcial, não houve comunicação oficial sobre o caso até o momento. A MSF expressou indignação, afirmando que o ataque foi um ato deliberado contra trabalhadores humanitários.
O conflito em Tigray, que começou em novembro de 2020, resultou em cerca de 600.000 mortes civis e é considerado um dos mais sangrentos do século XXI. A guerra envolveu o governo etíope e o Frente de Libertação Popular de Tigray (FLPT), além de milícias e o exército da Eritreia. A MSF destacou que, nas semanas que antecederam o ataque, seu pessoal enfrentou crescente hostilidade por parte das forças armadas etíopes.
A organização continua a exigir justiça para os seus colaboradores e suas famílias, ressaltando a necessidade de responsabilização em um contexto onde a segurança dos trabalhadores humanitários está cada vez mais ameaçada.


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