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15 de jul 2025

Historiador critica a busca pela neutralidade climática como inatingível

Historiador Jean Baptiste Fressoz alerta que a transição para a neutralidade de carbono é complexa e exige sobriedade econômica.

Jean-Baptiste Fressoz, historiador especializado em energia, tecnologia e ciência, em uma imagem cedida pelo entrevistado. (Foto: Emmanuelle Marchardour)

Jean-Baptiste Fressoz, historiador especializado em energia, tecnologia e ciência, em uma imagem cedida pelo entrevistado. (Foto: Emmanuelle Marchardour)

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A transição energética e a complexidade das fontes de energia

O historiador francês Jean-Baptiste Fressoz afirma que a ideia de uma transição rápida para a neutralidade de carbono é ilusória. Em sua obra Sin Transición. Una nueva historia de la energía, ele argumenta que, ao longo da história, as fontes de energia não foram substituídas, mas sim somadas. O óleo de baleia é a única matéria-prima que deixou de ser utilizada, enquanto outras energias se inter-relacionam e se entrelaçam.

Fressoz destaca que, apesar da crescente utilização de energias renováveis, o carvão e a madeira continuam a ser amplamente utilizados. Ele observa que, durante a Revolução Industrial, o consumo de carvão não eliminou o uso de madeira; pelo contrário, a extração de carvão exigiu ainda mais madeira. Essa simbiose entre as fontes energéticas complica a narrativa da transição energética.

O historiador critica a visão otimista de que a humanidade pode alcançar a neutralidade de carbono em poucas décadas. Para ele, a inovação tecnológica não elimina a complexidade do uso de materiais. Fressoz ressalta que, mesmo com avanços, não há matérias-primas que se tornaram obsoletas. A interdependência entre diferentes fontes de energia torna difícil desvincular os combustíveis fósseis de outros setores da economia.

Desafios da descarbonização

Fressoz também aponta que a descarbonização da eletricidade não se traduz em uma redução geral das emissões. Ele menciona que, embora países como a França tenham diminuído suas emissões de CO₂, isso se deve em parte à desindustrialização e à importação de bens. As emissões importadas muitas vezes superam as emissões locais, revelando uma dinâmica complexa.

A dificuldade em eliminar as emissões de setores como cimento e aço é um dos principais obstáculos. O processo de produção desses materiais emite CO₂, e a instalação de tecnologias de captura de carbono é cara e complexa. Fressoz enfatiza que a sobriedade econômica é crucial para a redução das emissões, mais do que a dependência de inovações tecnológicas.

Ele conclui que a discussão sobre a neutralidade climática deve ser realista, reconhecendo as limitações e a necessidade de uma abordagem mais crítica sobre o uso de recursos. A luta contra as mudanças climáticas requer uma reflexão profunda sobre a utilidade das emissões, priorizando setores essenciais e repensando o consumo.

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