Senadores dos EUA devem rejeitar cortes significativos propostos por Trump na ciência

O Comitê de Apropriações do Senado dos EUA sinalizou que rejeitará os cortes orçamentários propostos pelo presidente Donald Trump para agências científicas, como a National Science Foundation (NSF) e a NASA. Em um projeto de lei para o ano fiscal de 2026, o orçamento da NSF seria reduzido em apenas 0,67%, em contraste com os 57% sugeridos por Trump.

Durante uma reunião, o senador Jerry Moran, do Kansas, destacou que o projeto protege "missões científicas essenciais". A proposta de Trump, se aprovada, teria um impacto devastador na pesquisa científica, com uma análise da American Association for the Advancement of Science indicando que cortes poderiam reduzir a pesquisa básica financiada pelo governo em um terço.

O projeto do Senado ainda precisa ser aprovado pela câmara baixa, a Câmara dos Representantes, e assinado pelo presidente. Apesar das incertezas, há um "otimismo cauteloso" entre especialistas em políticas científicas, como Kenny Evans, da Rice University, que vê um potencial compromisso bipartidário em favor do financiamento científico.

Impacto das Propostas de Corte

As propostas de Trump incluíam cortes drásticos, como a redução do orçamento da NSF de 9 bilhões para 3,9 bilhões de dólares, o que limitaria a concessão de bolsas de pesquisa a apenas 7% dos candidatos. Além disso, a NASA enfrentaria cortes que poderiam encerrar mais de 40 projetos, incluindo satélites de observação da Terra.

Os ex-chefes científicos da NASA expressaram preocupação com a perda de liderança dos EUA em ciência, alertando que os cortes comprometeriam a capacidade do país de competir globalmente. John Grunsfeld, ex-astronauta e ex-chefe da divisão científica da NASA, enfatizou a necessidade de um financiamento adequado para manter a liderança em pesquisa científica.

O cenário atual reflete uma resistência do Congresso em relação às propostas de Trump, que, durante seu primeiro mandato, viu o financiamento para pesquisa ser mantido apesar de suas tentativas de cortes. A situação continua a evoluir, com a expectativa de que o Senado avance com um orçamento que priorize a ciência.