16 de jul 2025
Cientistas buscam alternativas para desamericanizar a ciência global
Cortes no financiamento à pesquisa nos EUA ameaçam colaborações internacionais em saúde, destacando a urgência de diversificação de recursos.

Foto: Reprodução
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Os Estados Unidos, tradicionalmente um dos maiores financiadores da ciência global, estão enfrentando uma proposta de cortes significativos no financiamento à pesquisa. Essa mudança, impulsionada pela atual administração, pode comprometer projetos internacionais e a colaboração em saúde global, especialmente após o impacto da pandemia de COVID-19.
Em 2022, os Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos EUA concederam centenas de bolsas a pesquisadores fora do país, representando cerca de 42% da assistência governamental global em saúde e 16% do financiamento da Organização Mundial da Saúde (OMS). Durante a pandemia, os EUA foram fundamentais no financiamento de iniciativas de vacinas globais. No entanto, com os novos cortes, muitos projetos, incluindo estudos de terapias contra o câncer em colaboração com empresas farmacêuticas dos EUA e Reino Unido, estão sob ameaça.
Necessidade de Diversificação
A situação atual destaca a urgência de diversificar as fontes de financiamento e a gestão da pesquisa. Especialistas sugerem que países mais ricos aumentem suas contribuições para iniciativas da OMS, especialmente em áreas como preparação para pandemias. Programas como o Horizon Europe estão sendo citados como exemplos de colaboração multilateral, com a missão de câncer visando melhorar a vida de mais de 3 milhões de pessoas até 2030.
Além disso, países de baixa renda, como Nigéria e África do Sul, poderiam ser incentivados a contribuir mais para iniciativas globais, caso tivessem maior influência sobre a alocação de recursos. Em outubro de 2024, os EUA representaram cerca de 36% das promessas e 33% dos fundos do Global Fund para combater doenças como AIDS e tuberculose.
Propostas para o Futuro
Uma proposta emergente é a criação de uma iniciativa global permanente de financiamento de pesquisa, que ofereça recursos emergenciais para manter colaborações em tempos de crise. A gestão e a tomada de decisões em pesquisa devem ser mais equitativas entre as nações, evitando a dependência excessiva de um único país. O Conselho Global de Pesquisa já coordena esforços entre agências de financiamento de ciência, mas ainda carece de um padrão imposto.
Iniciativas como os painéis de revisão de concessões multilíngues do Conselho Europeu de Pesquisa (ERC) demonstram que a colaboração internacional pode ser eficaz. Essas práticas, que incluem reuniões remotas de revisores de diferentes países, podem servir como modelo para um futuro mais resiliente na pesquisa global.
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