18 de jul 2025
Novo remédio genérico para HIV pode custar até mil vezes menos que o original
Estudo aponta que versões genéricas do lenacapavir podem reduzir custos em até mil vezes, mas desafios regulatórios limitam a produção.

O lenacapavir é um novo medicamento antirretroviral injetável eficaz também na prevenção do HIV (Foto: Divulgação/Gilead Sciences)
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Um estudo internacional publicado na revista Lancet revelou que versões genéricas do lenacapavir, um novo medicamento antirretroviral injetável aprovado pela FDA, poderiam custar até mil vezes menos do que o preço atual. Atualmente, o tratamento, comercializado pela Gilead, tem um custo anual de US$ 25,3 mil (aproximadamente R$ 136 mil), podendo chegar a US$ 44,8 mil (R$ 241 mil) em algumas situações.
Caso a produção fosse realizada por outros laboratórios, o custo poderia variar entre US$ 25 e US$ 47 por ano (R$ 135 a R$ 253). O estudo sugere que, se entre 5 e 10 milhões de pessoas utilizassem o lenacapavir anualmente, o custo de produção poderia ser reduzido a US$ 25 por pessoa.
Desafios na Produção
Entretanto, a produção de versões genéricas enfrenta desafios técnicos e regulatórios. A Gilead firmou acordos de licenciamento com seis fabricantes, mas esses contratos são limitados a 120 países de baixa renda, excluindo nações de renda média, onde ocorrem a maioria das novas infecções. Além disso, os fabricantes precisam dominar a síntese do princípio ativo e atender a rigorosos padrões de qualidade.
A cadeia produtiva do lenacapavir requer acesso a matérias-primas específicas, principalmente da Índia e da China, e capacidade para fabricar tanto os comprimidos iniciais quanto as soluções injetáveis semestrais.
Eficácia e Vantagens Ambientais
Aprovado em junho pela FDA, o lenacapavir é uma nova opção de profilaxia pré-exposição (PrEP) contra o HIV, com 99,9% de eficácia na prevenção da infecção. O medicamento, que exige apenas duas doses anuais, representa um avanço significativo na luta contra o HIV, sendo o primeiro da nova classe de antirretrovirais chamada inibidores de capsídeo.
Além dos benefícios clínicos, o lenacapavir também apresenta vantagens ambientais. Enquanto a PrEP oral demanda 365 toneladas de insumos por ano para atender 2 milhões de pessoas, o lenacapavir precisaria de apenas 4 toneladas do princípio ativo e 8 toneladas de excipientes, resultando em menos embalagens, transporte e emissão de carbono.
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