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31 de jul 2025

Esperar por recompensas pode não ser tão benéfico quanto se imagina

Estudo com quase duas mil crianças brasileiras questiona a relação entre autocontrole e sucesso na vida, desafiando teorias anteriores

O experimento do marshmallow foi criado pelo psicólogo Walter Mischel para analisar o autocontrole de crianças (Foto: Rachel/Adobe Stock)

O experimento do marshmallow foi criado pelo psicólogo Walter Mischel para analisar o autocontrole de crianças (Foto: Rachel/Adobe Stock)

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O famoso experimento do marshmallow, realizado na década de 1970, avaliou a capacidade de crianças em adiar gratificação, associando essa habilidade a futuros sucessos. No entanto, um estudo brasileiro recente, envolvendo 1.917 crianças, desafia essa noção, indicando que não há relação entre a capacidade de esperar por recompensas e desfechos de vida.

Pesquisadores do CoLAB, da PUC-Rio, em parceria com universidades como a UFRGS e a USP, publicaram suas descobertas na revista Journal of Child Psychology and Psychiatry Advances. Utilizando dados de uma coorte brasileira de alto risco para transtornos mentais, o estudo analisou o desempenho das crianças na Choice Delay Task, que mede a preferência por recompensas imediatas ou tardias.

Os resultados foram surpreendentes: nenhuma associação foi encontrada entre a escolha por recompensas tardias e variáveis como notas escolares, consumo de álcool ou problemas emocionais. Além disso, crianças com TDAH apresentaram comportamento semelhante ao das demais, desafiando a ideia de que menos impulsividade garante sucesso na vida.

Contextos Culturais

Esses achados levantam questões sobre a validade de testes de autocontrole em diferentes contextos culturais. Em estudos anteriores, como o realizado com crianças descendentes dos maias, o teste do marshmallow não se comportou como esperado, com muitas crianças optando por sair da sala em vez de esperar. Isso sugere que a capacidade de adiar gratificação pode ser influenciada por fatores culturais e socioeconômicos.

A pesquisa original do marshmallow, que acompanhou apenas 35 crianças da creche de Stanford, também levanta dúvidas sobre a representatividade das amostras em estudos de autocontrole. A preferência por recompensas imediatas pode refletir experiências de vida, como escassez e insegurança, mais do que uma simples medida de autocontrole.

Implicações para o Futuro

Os resultados do estudo brasileiro indicam que fatores sociais e estruturais, como acesso à educação e apoio familiar, podem ser mais determinantes para o sucesso na vida do que a capacidade de esperar por um doce. Essa nova perspectiva convida a uma reflexão sobre a importância de considerar o contexto cultural e socioeconômico ao avaliar o comportamento infantil e suas implicações futuras.

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