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01 de ago 2025

Árvores da Amazônia sofrem com os impactos das secas severas recentes

Pesquisadores alertam que o aumento das temperaturas pode elevar a mortalidade das árvores na Amazônia e intensificar emissões de gases de efeito estufa

Frank Krämer (Foto: Reprodução)

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Amazônia enfrenta riscos crescentes devido ao aquecimento global

Pesquisadores alertam que o aumento das temperaturas e a intensificação das secas na Amazônia podem elevar a mortalidade das árvores em até 10%, resultando em emissões de gases de efeito estufa equivalentes a um país como a Alemanha. O estudo, publicado na revista Science, envolveu 150 pesquisadores de 124 instituições, incluindo 17 brasileiras, que analisaram mais de 10 mil árvores.

Historicamente, as árvores da Amazônia demonstraram resiliência a secas extremas, recuperando-se após períodos de estiagem. Desde 1930, a taxa de crescimento das árvores diminuiu em média 2,5% durante secas severas, mas elas voltaram a crescer normalmente na estação chuvosa seguinte. No entanto, a situação está mudando. O biólogo Peter Groenendijk, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), destaca que a resiliência das árvores pode estar ameaçada.

Mudanças climáticas e suas consequências

O estudo revela que a intensidade das secas e a redução do crescimento aumentaram nas últimas décadas. Caso essa tendência continue, a mortalidade das árvores pode se agravar, contribuindo para um aumento significativo nas emissões de gases de efeito estufa. A pesquisa anterior da equipe já indicava que o aquecimento global deve reduzir a capacidade das plantas de absorver carbono da atmosfera.

Os pesquisadores utilizaram a variação da espessura dos anéis de crescimento das árvores para examinar os efeitos das secas e do aquecimento. O método de amostragem não compromete o desenvolvimento das árvores, permitindo que os cientistas analisem o crescimento sem danificá-las.

Cenário climático extremo

Além disso, o clima na Amazônia está se tornando mais extremo, com chuvas torrenciais no verão e invernos mais secos. O biólogo Bruno Cintra, da Universidade de Birmingham, analisou isótopos de oxigênio nos troncos para medir a intensidade da chuva ao longo dos anos. Essa variação climática pode afetar o crescimento das árvores, que, em anos de seca extrema, podem não formar anéis de crescimento.

Os especialistas em dendrocronologia, que estudam os anéis de crescimento, agora reconhecem que as árvores tropicais também podem apresentar variações significativas em seu crescimento, desafiando a ideia de que seu desenvolvimento é contínuo. A pesquisa destaca a importância de monitorar as florestas tropicais, pois a mudança climática pode ter impactos profundos na biodiversidade e no equilíbrio ambiental.

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