Ações do Banco Pan enfrentam queda de 19% após resultados do terceiro trimestre de 2024

O desempenho das ações do Banco Pan (BPAN4) tem sido negativo desde a divulgação dos resultados do terceiro trimestre de 2024, em 6 de novembro. Apesar de um lucro 4% acima do consenso, as ações caíram 6,5% no dia do anúncio, enquanto o Ibovespa recuou apenas 0,2%. Essa queda coincidiu com o resultado das eleições nos Estados Unidos, que gerou preocupações sobre possíveis tarifas mais altas. Desde então, o Pan acumula uma perda de 19%, em contraste com a queda de 6% do Ibovespa no mesmo período.

Por volta das 12h10 (horário de Brasília), as ações do Banco Pan eram negociadas a R$ 6,81, apresentando uma alta de 3,34%. Nos últimos 12 meses, os papéis da companhia desabaram 11,33%. O relatório do UBS BB atribui esse desempenho a preocupações com o impacto da implementação do International Financial Reporting Standard 9 (IFRS 9), que pode reduzir o patrimônio líquido do banco em cerca de R$ 1 bilhão. Além disso, transações entre partes relacionadas, como a compra de ações pelo controlador, influenciaram a negociação dos papéis.

O controlador do Banco Pan aumentou sua participação de 74,4% no terceiro trimestre do ano passado para cerca de 76% no quarto trimestre, adquirindo mais de 307 milhões de ações preferenciais. Apesar da performance recente, o UBS BB mantém recomendação neutra para o Banco Pan, com preço-alvo de R$ 10,80. O desconto de aproximadamente 50% no múltiplo P/BV em relação ao BTG Pactual está alinhado com a média dos últimos dois anos, excluindo 2021.

Para 2024, o Banco Pan espera que os financiamentos de veículos continuem sendo o principal motor de crescimento, com originações mensais de R$ 1,6 bilhão. A carteira de empréstimos consignados pode apresentar resultados menos expressivos devido a condições adversas no mercado. O UBS BB alerta que a inadimplência deve aumentar, e as provisões operacionais devem permanecer elevadas com a implementação do IFRS 9. As expectativas incluem uma contração nas cessões de crédito, impactando as receitas de taxas, enquanto as despesas com comissões devem cair devido à menor originação de empréstimos consignados.