Investidores de títulos municipais enfrentam surpresas fiscais inesperadas na declaração de impostos

Com a aproximação da temporada de impostos, investidores de títulos municipais podem enfrentar obrigações de reportar e pagar impostos, mesmo que a renda desses títulos seja geralmente isenta de impostos federais. Os documentos para a declaração de impostos de 2024 devem ser organizados, com o prazo final em 15 de abril. Apesar de cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve, investimentos que geram renda, como certificados de depósito e fundos de mercado monetário, apresentaram rendimentos anuais superiores a 4%.

Os investidores de títulos municipais não estão isentos de desafios fiscais. Durante o ciclo de aumento de taxas de juros em 2022 e 2023, os preços dos títulos, incluindo os municipais, caíram. Tim Steffen, contador e diretor de planejamento na Baird, explica que "um dos requisitos com descontos em títulos municipais é que você deve considerar essa diferença de renda anualmente, e isso pode ser tributável, mesmo vindo de um título isento". Isso é especialmente relevante para quem compra títulos individuais, pois fundos de títulos ou ETFs não enfrentam essa questão.

A regra de minimis pode gerar consequências fiscais quando os investidores compram títulos municipais com desconto. Se o desconto for inferior a 0,25% do valor nominal multiplicado pelo número de anos até o vencimento, ele é tributado como ganho de capital. Caso contrário, é tratado como renda ordinária, com taxas que podem chegar a 37%. Por exemplo, um título de $10.000 que é adquirido por $9.500 resulta em um desconto de $500 que é tributável.

Além disso, a renda de títulos municipais conta para o rendimento bruto ajustado modificado, afetando os prêmios mensais do Medicare. Em 2025, indivíduos com rendimento ajustado inferior a $106.000 pagarão prêmios de $185. Títulos municipais tributáveis, que representam cerca de 10% do mercado, oferecem rendimentos mais altos, mas sua renda é tributável. Cooper Howard, estrategista de renda fixa, sugere que esses títulos podem ser vantajosos para investidores em faixas de imposto mais baixas ou que desejam mantê-los em contas com vantagens fiscais, como um IRA.