Crisis na indústria de diamantes: De Beers enfrenta desafios de 80 bilhões de euros

A indústria de diamantes enfrenta uma crise sem precedentes, com a De Beers, uma das principais empresas do setor, lutando para manter sua posição no mercado. Durante décadas, a De Beers organizou reuniões exclusivas para a venda de diamantes, onde centenas de milhões de dólares em gemas eram negociados. No entanto, a situação mudou drasticamente, com muitos dos seus principais clientes, conhecidos como Principles, abandonando essas cúpulas devido a tensões crescentes e insatisfação com os preços.

A crise é atribuída a vários fatores, incluindo a queda de 50% na demanda de diamantes na China, o segundo maior mercado do mundo, e a concorrência crescente de diamantes cultivados em laboratório. A De Beers, que já controlou quase 90% do mercado global, agora enfrenta dificuldades para se adaptar a um cenário em que os diamantes sintéticos se tornaram populares, especialmente entre consumidores que buscam opções mais acessíveis.

Além disso, a empresa se viu pressionada a reduzir seus preços após meses de resistência, mas os cortes foram considerados insuficientes pelos clientes. O CEO da De Beers, Al Cook, afirmou que a prioridade é o valor da empresa, mas a crescente insatisfação dos clientes indica que a relação entre a De Beers e seus compradores está se deteriorando. A situação é ainda mais complicada pela reestruturação da Anglo American, proprietária da De Beers, que busca se afastar do negócio de diamantes.

Os especialistas alertam que a crise atual é a pior já vista na indústria, com a produção de diamantes cultivados em laboratório aumentando exponencialmente e os preços dos diamantes naturais caindo drasticamente. A incerteza no mercado, combinada com a falta de recuperação na demanda chinesa, deixa o futuro da De Beers e da indústria de diamantes em um estado crítico, com poucos sinais de melhora à vista.