06 de mar 2025
Tarifas e volatilidade do mercado fazem family offices repensarem investimentos
A volatilidade das tarifas e incertezas políticas afetam investimentos de escritórios familiares. O S&P 500 caiu 1,3% em um dia, refletindo preocupações com tarifas impostas. Investidores de alta renda adiam grandes investimentos, mantendo liquidez e diversificação. Alguns ajustam portfólios, aumentando alocação em produtores de aço e alumínio dos EUA. A incerteza política gera diferentes reações entre investidores, dependendo de suas origens.
Foto:Reprodução
Ouvir a notícia:
Tarifas e volatilidade do mercado fazem family offices repensarem investimentos
Ouvir a notícia
Tarifas e volatilidade do mercado fazem family offices repensarem investimentos - Tarifas e volatilidade do mercado fazem family offices repensarem investimentos
A recente volatilidade das tarifas e a confusão em torno das políticas governamentais estão levando muitos family offices a desacelerar suas negociações. Especialistas apontam que o índice S&P 500 caiu 1,3% apenas na quinta-feira, e as três principais médias do mercado apresentaram uma queda de aproximadamente 3% nesta semana, após a implementação de tarifas sobre México, Canadá e China. Apesar disso, os family offices e seus consultores não demonstram preocupação excessiva com essas oscilações, evitando vendas de ações e compras em preços mais baixos. Em vez disso, muitos estão adiando investimentos significativos até obterem mais clareza sobre a direção das políticas.
Michael Zeuner, sócio-gerente da WE Family Offices, destacou que "a maioria das famílias está recuando e não fazendo grandes apostas, mantendo a diversificação e a liquidez". Um CIO de um family office mencionou que decidiu suspender a análise de uma empresa privada com negócios no México até que as políticas sejam mais definidas. Embora as tarifas tenham surpreendido o mercado, investidores de alta renda conseguem suportar a tempestade, tanto em termos de custo de vida quanto nas oscilações de seus portfólios. Charlie Garcia, fundador da R360, observou que, apesar de estarem preparados para a eventualidade das tarifas, não houve mudanças drásticas nas carteiras.
Garcia também mencionou que alguns membros de sua comunidade aumentaram a alocação em produtores de aço e alumínio dos EUA por meio de fundos de private equity. Deepak Puri, CIO da Deutsche Bank, relatou que as preocupações variam, desde a possibilidade de um mercado em baixa até questões sobre investimentos em refúgios seguros, como títulos e ouro. Jason Katz, gerente sênior de portfólio da UBS, notou que a política influencia as perguntas dos clientes, refletindo uma diferença nas reações entre os grupos políticos.
A incerteza gerada pelas tarifas é mais difícil de tolerar para alguns clientes ultra-ricos, especialmente aqueles com negócios na América Latina, que são diretamente afetados. Elliot Dornbusch, CEO da CV Advisors, afirmou que, embora a construção do portfólio esteja estável, os clientes estão mais preocupados com o futuro incerto. "Vamos ter que levar isso dia a dia", concluiu.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.