Cresce o número de americanos com diploma universitário trabalhando em múltiplos empregos
Stephen Gilliam, designer gráfico, faz parte do crescente fenômeno de "overemployment". Em 2024, 50,2% dos trabalhadores com diploma universitário têm múltiplos empregos. O relatório de fevereiro revelou que 8,9 milhões de americanos trabalham em mais de um emprego. A necessidade financeira e salários estagnados impulsionam essa tendência, segundo especialistas. A média salarial dos sobrecarregados é de R$ 57.865, apenas ligeiramente superior a quem tem um emprego.
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Stephen Gilliam, um designer gráfico de 45 anos que trabalha 40 horas semanais para um contratante do governo em Augusta, Geórgia, também se dedica a projetos freelance de design de cartazes de filmes à noite. Ele busca equilibrar sua rotina, tentando finalizar seu trabalho até as 22h. Gilliam é um exemplo de um fenômeno crescente conhecido como "overemployment", onde trabalhadores com diploma universitário assumem múltiplos empregos. Esse movimento tem se intensificado, com 8,9 milhões de americanos relatando ter mais de um emprego, o que representa 5,4% da força de trabalho, o maior índice desde abril de 2009, durante a Grande Recessão.
De acordo com uma análise do Federal Reserve Bank de St. Louis, a proporção de trabalhadores com múltiplos empregos que possuem diploma universitário subiu para 50,2% em 2024, um leve aumento em relação a 50,0% em 2023. Em 2020, essa taxa era de 48,6%. Apesar de os trabalhadores sobrecarregados terem uma renda média anual de R$ 57.865, apenas um pouco acima dos R$ 56.965 de quem tem um único emprego, os motivos para essa escolha são variados. Julia Pollak, economista-chefe da ZipRecruiter, destaca que, embora a flexibilidade de empregos remotos possa facilitar a realização de um trabalho extra, muitos estão motivados pela necessidade financeira.
A planejadora financeira Carolyn McClanahan ressalta que os salários não têm acompanhado a inflação, especialmente em relação a custos essenciais como habitação. Para manter um estilo de vida tradicional, que inclui filhos e transporte, é necessário um esforço financeiro significativo. Além disso, a redução de horas de trabalho por parte de alguns empregadores tem levado mais pessoas a buscar empregos adicionais para garantir uma renda suficiente. Em fevereiro, a média de horas trabalhadas por empregados no setor privado foi de 34,1 horas, estável em relação ao mês anterior, mas inferior às 34,3 horas de fevereiro de 2024, indicando uma tendência que pode estar impulsionando o aumento do overemployment.
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