23 de jun 2025
Goldman Sachs reduz projeção de lucro do Banco do Brasil devido a crédito rural fraco
Goldman Sachs revisa lucro do Banco do Brasil, prevendo queda de 31% e aumento da inadimplência no setor rural, impactando ações.

Banco do Brasil: analistas citam “ventos contrários” no setor rural para redução do lucro (Foto: Leandro Fonseca)
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Após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre de 2025, o Banco do Brasil (BBAS3) viu sua avaliação rebaixada por instituições financeiras, incluindo o Goldman Sachs. A revisão das estimativas de lucro foi motivada pela deterioração da qualidade dos ativos na carteira rural, que impactou negativamente os resultados da instituição.
Os analistas do Goldman Sachs reduziram as projeções de lucro líquido recorrente em 22% para 2025, agora estimando R$ 25,6 bilhões, o que representa uma queda de 31% em relação ao piso da projeção anterior, que variava entre R$ 37 e R$ 41 bilhões. O retorno sobre patrimônio (ROE) deve ser de 13,6% em 2025, com expectativas de crescimento modesto nos anos seguintes.
Desafios no Setor Rural
A inadimplência no setor rural, que saltou de 0,5% no quarto trimestre de 2022 para 3% no primeiro trimestre de 2025, é um dos principais fatores que afetam a rentabilidade do banco. Eventos climáticos extremos e uma superprodução nas safras de 2021 e 2022, além de preços elevados das commodities, contribuíram para um aumento nos pedidos de recuperação judicial.
O Banco do Brasil, que possui 33% de sua carteira de empréstimos voltada para o agronegócio, é o mais exposto a esses riscos. A formação de inadimplência atingiu R$ 14,3 bilhões no primeiro trimestre de 2025, representando 5,2% da carteira média de crédito.
Impacto nas Ações e Expectativas Futuras
Desde a divulgação dos resultados, as ações do Banco do Brasil caíram 27%, refletindo o pior desempenho na cobertura financeira do Goldman Sachs até o momento. O preço-alvo das ações foi ajustado de R$ 25 para R$ 23, ainda sugerindo um potencial de valorização de 8% e um dividend yield de 6%.
Além disso, o JPMorgan destacou que as expectativas em relação ao Banco do Brasil estão desancoradas, sugerindo que a recuperação pode levar tempo. Comparações com outros bancos, como Bradesco e Itaú, revelam que a instituição enfrenta desafios únicos, especialmente no agronegócio, em um cenário de desaceleração do crédito.


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