EUA ameaçam Suzano com tarifas e acusam empresa de 'dumping' no mercado

A Suzano (SUZB3), uma das principais empresas do setor de celulose, enfrenta desafios significativos no mercado americano. Recentemente, analistas alertaram sobre a possibilidade de tarifas de 50% sobre suas exportações para os Estados Unidos, que representam cerca de 19% de suas vendas. Essa situação se agrava com uma investigação por dumping, que pode resultar em tarifas compensatórias.

Os analistas do Goldman Sachs destacam que a Suzano possui contratos de longo prazo com grandes compradores nos EUA, dificultando a realocação de suas vendas para outras regiões. A demanda por celulose de fibra curta na América do Norte deve atingir 3,7 milhões de toneladas em 2024, com a Suzano dominando 55% do mercado. A tarifa de 50% pode beneficiar concorrentes, como a produção de celulose chilena, conforme apontam especialistas do Bradesco BBI.

Impactos e Alternativas

A pressão logística e comercial para redirecionar as vendas da Suzano é significativa. A participação dos EUA nas receitas da companhia é expressiva, com 17% do total, sendo 19% provenientes de celulose e 9% de papel. O Bradesco BBI também observou que a Klabin (KLBN11) se beneficia de uma exposição menor ao mercado americano, com apenas 2% de sua receita oriunda dos EUA.

Os analistas do BTG Pactual reforçam essa análise, ressaltando que a Suzano possui uma dependência maior do mercado americano em comparação com seus concorrentes. Além disso, a demanda global por celulose continua fraca, embora os preços atuais de US$ 500 por tonelada estejam próximos de um piso, limitando quedas adicionais.

Investigação e Riscos

A investigação do Departamento de Comércio dos EUA sobre a Suzano, relacionada à venda de papéis não revestidos a preços 14,4% abaixo do valor normal, traz incertezas adicionais. Embora o foco não seja a celulose de fibra curta, os analistas da Genial Investimentos alertam para os riscos de tarifas compensatórias, caso as acusações sejam confirmadas. Essa situação pode impactar ainda mais a posição da Suzano no mercado americano, exigindo uma estratégia robusta para mitigar os efeitos adversos.