BBVA aponta oportunidades de investimento em commodities e hidrogênio verde na LatAm
América Latina atrai investimentos em metais estratégicos e hidrogênio verde, mas enfrenta riscos da incerteza econômica nos EUA.

Três áreas estratégicas têm potencial para atrair investimentos na região: demanda doméstica, commodities e energia limpa, segundo Juan Ruiz, economista-chefe do BBVA Research para a América Latina (Foto: Angel Garcia)
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A América Latina se destaca como um polo de atração para investimentos estrangeiros diretos (IED), especialmente no Brasil e no México. Em 2022, a região recebeu US$ 188,962 bilhões em IED, um aumento de 7,1% em relação ao ano anterior, conforme dados da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).
O BBVA Research, por meio de seu economista-chefe, Juan Ruiz, aponta que a região possui um grande potencial em setores como metais estratégicos e hidrogênio verde. Ruiz destaca que, apesar dos desafios, a América Latina pode se beneficiar da recuperação da renda per capita e do poder de compra da classe média, que foi impactada negativamente após 2015.
Oportunidades e Desafios
Os investimentos em minerais críticos são uma prioridade, com a região liderando o mercado global. Entre 2005 e 2024, foram anunciados 1.152 projetos de IED em minerais e metais, totalizando US$ 230 bilhões. A maior parte desses investimentos está concentrada em Chile, Peru, Brasil e Argentina. Ruiz enfatiza que a matriz energética da região, com forte presença de geração hidrelétrica, favorece projetos de exportação de energia verde.
Entretanto, a incerteza econômica nos Estados Unidos representa um risco significativo para os investimentos na América Latina. Ruiz menciona que essa incerteza pode afetar diretamente o México e gerar volatilidade nos mercados financeiros, impactando toda a região. Além disso, a possibilidade de um aumento da inflação nos EUA pode levar o Federal Reserve a apertar as condições financeiras internacionais.
Perspectivas Futuras
O economista do BBVA acredita que, apesar dos riscos, há uma tendência de fortalecimento dos ativos em moeda local nos países latino-americanos em relação ao dólar. A fraqueza do dólar, que teve seu pior semestre desde 1973, pode beneficiar investidores na região. Contudo, a atratividade desses ativos varia conforme o perfil do investidor, com europeus podendo não ver compensações significativas devido à força do euro.
A América Latina, portanto, se posiciona como um mercado promissor para investimentos, mas precisa aprimorar suas políticas de atração de IED para maximizar os benefícios econômicos e sociais.
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