Investidores ricos diversificam com ouro, de frações de barras a cofres militares na Suíça

A demanda por ouro disparou, levando o Costco a limitar a compra de barras do metal precioso. Com um aumento de aproximadamente 25% no preço do ouro este ano, investidores buscam proteção em meio a incertezas econômicas e políticas. Uma pesquisa da HSBC revelou que as alocações em ouro entre investidores ricos mais que dobraram, passando de 5% para 11%.

O analista-chefe de metais preciosos da HSBC, James Steel, destacou que o apelo do ouro como ativo seguro foi fortalecido por tensões geopolíticas e ansiedades relacionadas a guerras comerciais. "Ouro é um amigo da incerteza," afirmou. Investidores na Ásia e no Oriente Médio tradicionalmente investem em ouro físico devido a flutuações cambiais e inflação alta.

Atração entre investidores ricos

Stephen Jury, estrategista global de commodities do J.P. Morgan Private Bank, observou um aumento significativo entre clientes de alta renda nos EUA que buscam diversificação em relação ao dólar em queda. "Investir em ouro é mais fácil de entender," disse Jury, em comparação com a compra de ativos em outras moedas. Para aqueles que preferem negociar no curto prazo, os contratos futuros de ouro se tornaram uma opção popular.

Investir em ouro físico ou ETFs é mais atraente para quem planeja manter o ativo a longo prazo. Contudo, a compra de barras e lingotes envolve custos adicionais, como seguros e taxas de armazenamento. Jury sugere que clientes considerem o investimento em ouro não alocado, que oferece menor custo e flexibilidade.

Segurança e armazenamento

Muitos investidores optam por manter suas reservas de ouro em locais seguros, como cofres em bunkers militares. A Swiss Gold Safe, por exemplo, possui cofres nas montanhas dos Alpes suíços. "Nossos clientes buscam segurança fora do sistema bancário," afirmou Ludwig Karl, COO da empresa.

A crescente incerteza política e econômica pode atrair ainda mais investidores para o ouro. Steel acredita que, para que mais pessoas busquem o metal como refúgio, seria necessário um aumento significativo nos riscos geopolíticos. "Precisaríamos de um termômetro de risco geopolítico ainda mais alto," concluiu.