Empresas que investem em Bitcoin superam Nasdaq em crescimento de 5 vezes

Nos últimos anos, 155 empresas começaram a investir em Bitcoin, acumulando 868.859 unidades da criptomoeda, o que representa cerca de 4% do total já emitido. A MicroStrategy lidera essa lista, com 607.770 Bitcoins, resultando em uma valorização de 2.817,73% nas suas ações desde que adotou a estratégia em agosto de 2020.

Recentemente, o Bitcoin ultrapassou US$ 123 mil, impulsionado por fatores macroeconômicos e regulatórios, beneficiando essas empresas. Especialistas apontam que a alta do criptoativo é o principal motor dessa valorização. Luiz Pedro Andrade, da Nord Investimentos, destaca que essas empresas estão alavancadas em Bitcoin, o que significa que, à medida que o preço do ativo sobe, suas ações também se valorizam.

O cenário atual é favorável, com spreads de crédito nos Estados Unidos em mínimas históricas, o que atrai investidores para ativos de risco. Valter Rebelo, da Empiricus, observa que o mercado busca mais risco, refletido na performance superior do Russell 3000 em relação ao Dow Jones. Márlyson Silva, da Transfero, acrescenta que a adoção de Bitcoin sinaliza inovação, resultando em múltiplos mais altos.

Diversidade de Estratégias

Atualmente, as empresas que investem em Bitcoin adotam diferentes estratégias. A MicroStrategy é totalmente dependente do criptoativo, enquanto a Tesla, de Elon Musk, foca em sua linha de carros elétricos, com os criptoativos em segundo plano. A Coinbase, por sua vez, utiliza os ativos digitais para impulsionar seus fluxos operacionais.

Para investidores, a exposição a essas empresas requer um perfil de alto risco. Andrade alerta para a dupla exposição: à operação da empresa e à volatilidade do Bitcoin. Silva recomenda um horizonte de investimento de médio a longo prazo, além de familiaridade com o mercado de criptomoedas.

As ações de empresas como MicroStrategy, Tesla e Coinbase estão disponíveis na B3 por meio de BDRs, enquanto outras podem ser acessadas apenas em bolsas internacionais, exigindo que investidores brasileiros tenham contas no exterior.