Brasil pode retaliar EUA sem grandes perdas, afirma Nobel de Economia

O Brasil se encontra em uma situação delicada em suas relações comerciais com os Estados Unidos, especialmente com a iminente aplicação de tarifas de importação de 50% sobre produtos brasileiros, a maior já imposta pelo governo de Donald Trump. O economista Paul Krugman, vencedor do Prêmio Nobel de Economia, sugere que o Brasil deve considerar uma retaliação, aumentando tarifas sobre produtos americanos, o que poderia forçar Trump a reconsiderar sua postura.

Krugman argumenta que o Brasil tem pouco a perder com essa retaliação, já que os EUA são um parceiro comercial relativamente menor, ocupando a terceira posição após China e União Europeia. Ele acredita que mostrar coragem e disposição para reagir pode ser mais eficaz do que oferecer concessões, que não satisfariam o governo americano. O economista observa que as tarifas de Trump violam acordos internacionais e refletem uma falta de respeito por tratados.

Sistema de Pagamentos Pix

Além das tensões comerciais, Krugman elogia o sistema de pagamentos Pix, que está desafiando o setor financeiro dos EUA. Ele destaca que o Pix, ao oferecer transações mais eficientes e de baixo custo, representa uma inovação significativa, despertando preocupações entre operadoras americanas de cartões de crédito. A inclusão do Pix em uma investigação comercial dos EUA é considerada por Krugman como uma medida insana, já que um sistema que melhora a eficiência não deveria ser alvo de críticas.

O economista também menciona que o sucesso do Pix pode ser uma ameaça ao mundo das criptomoedas, que não conseguiram cumprir suas promessas de facilitar transações. Ele observa que a adoção do Pix no Brasil, com 93% da população utilizando-o, contrasta com a baixa aceitação de criptomoedas nos EUA, onde apenas 2% da população faz uso delas.

Contexto Político

Krugman acredita que a retórica de Trump contra o Brasil pode estar ligada a questões pessoais, especialmente em relação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Para ele, a indignação de Trump reflete uma tentativa de intimidar o Brasil, que, segundo Krugman, não deve ceder a essas pressões. O economista expressa preocupação com o futuro da democracia nos EUA e elogia a resiliência das instituições brasileiras diante de desafios recentes.

O cenário atual revela um Brasil em busca de alternativas para lidar com as pressões externas, enquanto inovações como o Pix podem redefinir sua posição no comércio global.