Tarifas de Trump podem gerar impacto de US$ 2 trilhões na economia global até 2027

Os impactos das tarifas comerciais impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estão se intensificando, com previsões de um custo de US$ 2 trilhões até 2027. Desde a implementação de tarifas universais de 10% em abril, o nível médio de tarifas nos EUA atingiu 13,5%, o mais alto desde a década de 1930. As medidas afetam diretamente as exportações do Japão e a indústria automobilística, além de provocar uma desaceleração no crescimento do PIB global.

A guerra comercial já resultou em uma queda de 25% nas exportações japonesas para os EUA, especialmente no setor automotivo. Estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) indicam que as tarifas podem reduzir o PIB global em até 1 ponto percentual nos próximos anos. A inflação nas economias avançadas pode aumentar entre 0,3% e 0,5% até 2026.

Consequências para o Brasil e Outros Países

No Brasil, as tarifas atuais têm um impacto limitado, mas a proposta de uma tarifa de 50% pode reduzir o PIB em 0,41% no primeiro ano, afetando severamente as exportações do agronegócio. Produtos como café, suco de laranja e carnes estão entre os mais vulneráveis. A indústria automobilística europeia também prevê uma queda de até 6% nas exportações para os EUA, enquanto fabricantes japoneses estimam um impacto de 0,55% no PIB do Japão.

As empresas americanas enfrentam desafios significativos. A General Motors, por exemplo, pagou US$ 1,1 bilhão em tarifas no segundo trimestre e espera que esse valor chegue a US$ 5 bilhões no ano. A Tesla também reportou custos adicionais de 300 milhões de dólares. O aumento das tarifas está pressionando as empresas a reverem suas cadeias de suprimento e a ajustarem preços, o que pode desacelerar o crescimento econômico.

Incertezas no Mercado

A escalada tarifária gerou um clima de incerteza nos mercados financeiros. O JPMorgan prevê uma queda de até 5% nos investimentos globais em capital fixo em 2025. Enquanto isso, o consumo em setores como transporte e viagens já apresenta sinais de desaceleração, o que pode preceder uma recessão. Especialistas alertam que, se as tarifas forem ampliadas, o impacto econômico global pode se aproximar de 1 ponto percentual de perda no PIB até 2026.