30 de jul 2025
Empresas reagem à tarifa de 50% imposta por Donald Trump ao Brasil
Ecosmetics e BrasPine enfrentam crise após aumento de tarifas dos EUA, que pode inviabilizar operações e afetar milhares de empregos.

Unidade da BrasPine, em Jaguariaíva, Paraná, que irá liberar 700 funcionários para férias coletivas (Foto: BrasPine/Divulgação)
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto nesta quarta-feira, 30, que aumenta a tarifa sobre produtos brasileiros para 50%. A medida, que entra em vigor antes do dia 1º de agosto, é justificada por Trump como uma resposta a uma "emergência nacional", citando ações do governo brasileiro que, segundo ele, prejudicam empresas dos EUA e comprometem a liberdade de expressão.
Entre as empresas afetadas, destaca-se a Ecosmetics, que atua no setor de cosméticos e possui operações nos Estados Unidos há oito anos. O CEO da empresa, Edson Borgo, afirmou que a nova taxação torna inviável a continuidade das operações em Miami. A Ecosmetics, que representa de 8% a 12% de seu faturamento no mercado norte-americano, já considera transferir seu centro de distribuição para o Panamá, onde não há restrições comerciais como nos EUA.
A situação é preocupante, pois a Ecosmetics teme perder distribuidores nos EUA, que podem optar por marcas europeias não afetadas pela nova tarifa. Borgo acredita que a taxação é uma retaliação política, já que o Brasil importa mais dos EUA do que exporta. A empresa está redesenhando sua estratégia, priorizando o mercado nacional e ampliando sua presença no Oriente Médio.
Impactos no Setor Florestal
Outra empresa impactada é a BrasPine, que fabrica molduras de madeira e anunciou férias coletivas para 700 funcionários em sua unidade de Jaguariaíva, no Paraná. A companhia, que depende fortemente do mercado norte-americano, busca manter a operação em funcionamento, apesar das dificuldades. A BrasPine possui duas unidades fabris e uma área florestal, empregando cerca de 2.600 pessoas no total.
O presidente da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal, Fabio Brun, alertou que a nova tarifa pode inviabilizar a exportação de produtos florestais para os EUA. Desde abril, já havia uma tarifa de 10%, e agora, com o acréscimo de 40%, a situação se torna insustentável. A expectativa é que o governo brasileiro busque negociações para reduzir a tarifa e preservar a competitividade das exportações nacionais.
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