31 de jul 2025
Governo dos EUA observa rivalidade entre cartões de crédito e sistema Pix
O avanço do Pix gera investigação dos EUA sobre práticas desleais no Brasil, enquanto cartões de crédito enfrentam nova concorrência.

Pix, o sistema de pagamentos público e gratuito do Banco Central (Foto: Pavlo Gonchar/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)
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Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central, previu em 2022 que os cartões de crédito poderiam se tornar obsoletos com o avanço do Pix e do Open Finance. Dois anos depois, o Banco Central anunciou que o Pix se tornou o meio de pagamento mais utilizado no Brasil, com uma adesão de 76,4% da população em 2024. Essa mudança gerou preocupações nos Estados Unidos, levando o Representante de Comércio dos EUA (USTR) a abrir uma investigação contra o Brasil por práticas desleais.
O USTR alega que o Brasil favorece seu sistema de pagamento eletrônico, sem citar o Pix diretamente, mas incluindo-o nas preocupações sobre práticas de mercado. A investigação abrange também questões como tarifas de importação e proteção de propriedade intelectual, podendo resultar em sanções. A principal vantagem dos cartões de crédito, como parcelamento de compras, está sendo desafiada com a introdução do Pix Parcelado, que começará em setembro. Essa nova funcionalidade permitirá que os consumidores paguem parcelas diretamente com suas instituições financeiras, sem a necessidade de cartões.
Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central, defende que a inclusão do Pix na lista de práticas condenáveis reflete sua eficiência superior em comparação aos sistemas de pagamento dos EUA. Ele destacou que o Pix é um sistema rápido e eficiente, enquanto serviços como o WhatsApp Pay ainda não conquistaram a mesma aceitação no Brasil. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) defendeu o Pix, afirmando que é uma infraestrutura pública e não um produto comercial, e que cerca de 70 milhões de brasileiros se digitalizaram para utilizá-lo, movimentando 2,5 trilhões de reais mensalmente.
As bandeiras de cartões, como Visa e Mastercard, não comentaram a investigação, mas a pressão sobre o sistema de pagamentos brasileiro continua a crescer, à medida que o Pix se consolida como uma alternativa viável e popular.
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