21 de jul 2025
Governo de Minas Gerais planeja aumentar em 8.000% escolas cívico-militares
Governo de Minas Gerais enfrenta críticas após interromper consulta para expandir escolas cívico militares durante férias escolares.

Governador Romeu Zema e ao fundo o secretário de Educação, Igor Alvarenga, durante entrevista coletiva (Foto: Gil Leonardi - 14.jul..25/Divulgação/Governo MG)
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O governo de Minas Gerais, liderado por Romeu Zema, propôs uma consulta a 728 escolas para expandir o programa de escolas cívico-militares, que atualmente abrange apenas nove instituições. A intenção é aumentar esse número em aproximadamente 8.000%. O estado possui cerca de 3.400 escolas na rede estadual, atendendo 1,6 milhão de estudantes.
A votação, que começou em 30 de junho, envolvia diretores, professores, pais e alunos, mas foi interrompida temporariamente devido às férias escolares. O governador justificou a pausa afirmando que muitos pais não poderiam participar por já terem programado viagens. A expectativa é que as consultas sejam retomadas em agosto.
Até a interrupção, 15% das escolas já haviam votado. O secretário de Educação, Igor Alvarenga, não divulgou resultados parciais para evitar influenciar as comunidades escolares. Na Escola Estadual Governador Milton Campos, a proposta foi rejeitada por 85% dos votos. O Sind-UTE/MG criticou a interrupção, sugerindo que foi um recuo do governo após resultados negativos.
Justificativas e Críticas
O governo defende o modelo cívico-militar como uma solução para melhorar indicadores educacionais, citando avanços no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e redução na taxa de abandono escolar. No entanto, especialistas questionam a eficácia do programa. A professora Analise da Silva, da UFMG, aponta que a presença de militares pode intimidar professores e não resolve a insegurança nas escolas.
Pesquisadores também analisaram o impacto do modelo em Goiás, onde foi observado aumento nas notas e redução da violência escolar. Contudo, a professora Analise destaca que a proposta parece direcionada a comunidades vulneráveis, reforçando a ideia de que a educação de estudantes de periferia é uma questão de segurança pública.
A escolha das 728 escolas envolveu critérios como a vulnerabilidade social das comunidades e o tamanho dos municípios. A secretaria de Educação ainda não definiu a fonte de recursos para a expansão do programa, que continua a gerar debates acalorados entre educadores e autoridades.
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