Índia nega influência dos EUA em cessar-fogo com Paquistão após tensões militares

A Índia negou qualquer relação entre as tarifas impostas pelos Estados Unidos durante o governo de Donald Trump e o recente cessar-fogo com o Paquistão. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Randhir Jaiswal, afirmou que as negociações foram bilaterais e não envolveram mediação externa.

Jaiswal destacou que as conversas entre líderes indianos e americanos ocorreram entre o lançamento da "Operação Sindoor" em 7 de maio e o entendimento sobre o cessar-fogo em 10 de maio. Ele afirmou que questões comerciais não foram discutidas durante essas interações. O acordo de cessação das hostilidades foi estabelecido por meio de contatos diretos entre as Diretorias Gerais de Operações de ambos os países.

As declarações indiana surgem após membros do governo dos EUA afirmarem que a trégua foi possível devido à intervenção de Trump, que supostamente ofereceu acesso ao comércio em troca do fim do conflito. Trump havia mencionado que as negociações comerciais estavam ligadas à interrupção dos combates entre as duas potências nucleares.

Antes da pausa na nova política tarifária dos EUA, produtos indianos enfrentariam tarifas de 26%. A Índia busca a isenção total dessas tarifas, que foram suspensas até 9 de julho. Atualmente, Índia e EUA estão em negociações para um acordo comercial que pode alcançar mais de US$ 500 bilhões até 2030, conforme afirmou o secretário de Comércio e Indústria da Índia, Sunil Barthwal. O ministro das Relações Exteriores, Subrahmanyam Jaishankar, descreveu o processo como complicado e alertou que “nada está decidido até que tudo esteja decidido”.