Otan aumenta gastos em defesa e envia alerta à Rússia sobre ameaças

O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, anunciou nesta segunda-feira (23) que os países-membros da aliança militar aumentarão seus gastos em defesa para 5% do PIB. A decisão foi tomada durante a cúpula da Otan em Haia, na Holanda, e todos os membros concordaram com os novos termos. Rutte destacou que a medida é uma resposta à crescente ameaça da Rússia, especialmente em relação aos ataques aéreos na Ucrânia.

Além do aumento no gasto em defesa, os países-membros também quintuplicarão os investimentos em defesa aérea. Rutte enfatizou a necessidade de se preparar contra os "ataques mortais" que a Rússia tem realizado. A cúpula também abordou a situação no Irã e a continuidade do apoio à Ucrânia, com um compromisso de 35 bilhões de euros em ajuda militar para este ano.

A pressão para elevar os gastos em defesa já era uma demanda dos Estados Unidos, especialmente após a administração de Donald Trump. Atualmente, os gastos de defesa da maioria dos membros da Otan variam entre 2% e 3,5% do PIB, enquanto os EUA estão entre os poucos que superam a nova meta.

Rejeição da Espanha

Apesar do consenso entre muitos países, o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, declarou que Madri não cumprirá a nova meta de gastos. Ele argumentou que a imposição de 5% do PIB seria "contraproducente". Rutte, por sua vez, afirmou que a Otan não aceita cláusulas de exclusão, insistindo que todos os membros devem contribuir para os compromissos militares da aliança.

A cúpula em Haia também visa demonstrar unidade frente ao presidente russo, Vladimir Putin, e reafirmar a determinação da Otan em expandir e modernizar suas defesas. O evento conta com um esquema de segurança robusto, com milhares de policiais e militares mobilizados, enquanto protestos contra o aumento dos gastos militares foram registrados em várias cidades ao redor do mundo.