Soldados israelenses disparam contra civis em busca de comida em Gaza

A Faixa de Gaza enfrenta uma crise humanitária severa, com 73 palestinos mortos por disparos israelenses enquanto buscavam ajuda humanitária. O ataque ocorreu próximo a centros de distribuição de alimentos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. A maioria das vítimas estava no norte da região, onde 67 civis foram confirmados entre os mortos.

As Forças de Defesa de Israel (IDF) alegaram que os disparos foram feitos para neutralizar uma "ameaça imediata". No entanto, o número de vítimas foi contestado, com as IDF afirmando que os dados apresentados pelas autoridades de Gaza estavam inflacionados. O ataque é um dos mais letais desde o início do conflito em outubro de 2023, que já resultou na morte de mais de 58.800 palestinos.

Aumento da Violência

Além do ataque de hoje, a Defesa Civil de Gaza informou que outras 39 pessoas foram mortas em incidentes semelhantes nas últimas 24 horas. Os disparos ocorreram em áreas onde a Fundação Humanitária de Gaza (GHF), apoiada por Israel e Estados Unidos, distribui alimentos. A GHF começou suas operações em maio, mas a escassez de alimentos continua crítica, com a ONU alertando sobre o aumento da desnutrição.

Testemunhas descreveram cenas caóticas, com tanques israelenses disparando contra multidões desesperadas por alimentos. A situação se agrava com novas ordens de evacuação emitidas pelo exército israelense, que cortam o acesso entre cidades como Deir al-Balah, Rafah e Khan Younis.

Crise Humanitária

O Ministério da Saúde de Gaza também registrou 86 mortes adicionais por fome e desnutrição, destacando a gravidade da crise. A ONU relatou que 90 mil mulheres e crianças precisam de assistência urgente. A falta de acesso a alimentos e a violência em torno dos centros de distribuição têm deixado a população em uma situação insustentável.

O Papa Leão XIV condenou a violência e pediu um fim imediato ao uso indiscriminado da força. A comunidade internacional observa com preocupação a deterioração da situação em Gaza, onde a população de mais de 2 milhões enfrenta uma catástrofe humanitária sem precedentes.