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25 de jul 2025

Construção de hidrelétricas na China e Índia prejudica pescadores em Bangladés

Erosão do rio Yamuna em Bangladesh desloca comunidades e intensifica tensões entre China e Índia sobre gestão hídrica.

Sacos de areia sobre blocos de cimento para evitar inundações e erosão na orla do rio Yamuna em Sirajganj, Bangladés, em 29 de maio de 2025. (Foto: Valeria Mongelli)

Sacos de areia sobre blocos de cimento para evitar inundações e erosão na orla do rio Yamuna em Sirajganj, Bangladés, em 29 de maio de 2025. (Foto: Valeria Mongelli)

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A erosão das margens do rio Yamuna em Sirajganj, Bangladesh, tem causado sérios impactos na vida de pescadores locais, que dependem do rio para seu sustento. Ghulam Mustafá, um pescador de 70 anos, relata que a erosão tem se intensificado, forçando sua família a mudar de casa 15 vezes. Ele destaca que, durante o monzão, o rio se aproxima cada vez mais das terras, aumentando as inundações e a perda de propriedades.

Recentemente, a situação se agravou com o início da construção de uma grande represa no Brahmaputra, na China. Essa obra pode intensificar a erosão e o deslocamento de comunidades em Bangladesh, levando a um diálogo entre os governos chinês e indiano sobre a gestão hídrica. Altab Vyapari, um pescador de 61 anos, expressa preocupação com as consequências das represas, que podem aumentar a salinidade da água e afetar a agricultura e a pesca.

O diretor do Centro de Serviços de Informação Ambiental e Geográfica (CEGIS), Malik Fida Khan, alerta que a construção de represas pode alterar o padrão de fluxo do rio, resultando em mais erosão e perda de terras. Ele enfatiza a necessidade de um diálogo entre China e Índia para abordar as mudanças no fluxo e suas consequências.

A erosão do Yamuna já resultou no deslocamento de mais de 5.000 pessoas entre 2008 e 2024, segundo o Centro de Observação dos Deslocados Internos. Bithi, uma jovem de 30 anos, teme que a situação piore e destaca a importância de ações governamentais para proteger as comunidades afetadas. Enquanto isso, jovens como Rahib Chaudhary, de 16 anos, tentam mitigar os danos colocando blocos de pedra nas margens do rio, uma solução temporária ensinada por engenheiros.

Em março, líderes da China e de Bangladesh discutiram a construção da represa e a necessidade de cooperação em questões hídricas. Apesar das promessas de que o curso do rio não será desviado, a tensão entre Nova Délhi e Daca persiste, especialmente após a destituição da primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina. O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, se reuniu com o assessor do governo de Bangladesh, Muhammad Yunus, para discutir acordos sobre o compartilhamento de água.

A situação no Yamuna continua a ser uma preocupação central para as comunidades ribeirinhas, que enfrentam desafios crescentes devido à erosão e às mudanças climáticas.

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