06 de ago 2025
Sobreviventes de Hiroshima alertam para o risco de novo conflito nuclear após 80 anos
Sobreviventes de Hiroshima alertam para a ameaça nuclear crescente enquanto a luta pela paz se intensifica em meio a renovação de arsenais atômicos

Um visitante passa por uma enorme imagem de Hiroshima devastada pelo primeiro bombardeio atômico do mundo no Museu Memorial da Paz de Hiroshima, 5 de agosto. (Foto: FRANCK ROBICHON/EFE)
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Hiroshima, 80 anos após a tragédia nuclear, se destaca pela luta pela paz. Em 2024, a instituição Nihon Hidankyo foi laureada com o Prêmio Nobel da Paz por seus esforços na não proliferação nuclear. Sobreviventes, como Satoshi Tanaka, alertam sobre o crescente risco do uso de armas nucleares no atual cenário geopolítico.
No dia 6 de agosto de 1945, a cidade foi devastada pela bomba atômica "Little Boy", resultando em cerca de 140 mil mortes. O impacto transformou Hiroshima em um cenário de destruição, com 70 mil mortos instantaneamente e outros tantos sucumbindo a ferimentos e radiação. Tanaka, que tinha apenas um ano na época, perdeu quase toda a sua família e agora se dedica a transmitir as memórias do horror vivido.
O contexto atual é alarmante. O relatório de 2025 do Stockholm International Peace Research Institute (SIPRI) revela que as nove potências nucleares estão renovando seus arsenais. O discurso sobre a dissuasão nuclear ressurge, aumentando o temor de que armas nucleares possam ser utilizadas novamente. Tanaka critica essa retórica, afirmando que "falar sobre dissuasão é uma mentira".
As vozes dos hibakusha, sobreviventes da bomba, estão se tornando raras. Em março de 2025, havia 99.130 hibakusha no Japão, com idade média de 86 anos. A luta pela memória e pela paz é mantida por figuras como Sumiko Fujii, que fundou a Article 9 Society Hiroshima, promovendo o pacifismo. Ela expressa preocupação com o crescente nacionalismo entre os jovens japoneses e a possibilidade de rearmamento.
Durante as cerimônias de lembrança, Hiroshima se enche de mensagens de paz. Milhares de orizuru, as tradicionais gruas de papel, simbolizam a esperança de um futuro sem guerras. Eventos e manifestações clamam por um mundo livre de armas nucleares, reforçando a importância de não esquecer o passado. Tetsuo Hamano, neto de um hibakusha, ressalta que a compreensão da história é essencial para evitar a repetição dos erros do passado.
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