14 de jun 2025
Robô transforma a produção de vinhos do Porto com inovação tecnológica
Ramos Pinto inova com robô para pisa das uvas e ovelhas nos vinhedos, visando produção orgânica até 2031. Conheça as mudanças no vinho do Porto.
A Ramos Pinto: produção de Porto desde 1880 (Foto: Reprodução)
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As casas de vinhos do Porto, com uma tradição que remonta ao século XVII, continuam a evoluir. Jorge Rosas, CEO da Ramos Pinto, introduziu inovações tecnológicas e sustentáveis, como um robô para a pisa das uvas e o uso de ovelhas para a limpeza dos vinhedos, com a meta de tornar a produção totalmente orgânica até 2031.
A história do vinho do Porto começou quando a aguardente vínica foi adicionada aos vinhos para preservá-los durante as longas viagens marítimas. O produto, fortificado, ganhou o nome da cidade de Porto, de onde era exportado. A produção é rigorosamente controlada pelo Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), garantindo a qualidade e autenticidade do vinho.
Rosas, que cresceu na região do Douro, tem liderado a transformação da Ramos Pinto, que faz parte do grupo francês Louis Roederer desde 1990. Com um investimento de 14 milhões de euros, a vinícola desenvolveu um robô que realiza a pisa das uvas, mantendo a qualidade do vinho ao reproduzir a pressão e o ritmo humanos. Atualmente, a pisa a pé ainda representa 50% da produção, mas a escassez de mão de obra levou à adoção da tecnologia.
Inovações Sustentáveis
Além do robô, a vinícola implementou um corredor entre os vinhedos para facilitar a mecanização do transporte das uvas, que continuam a ser colhidas manualmente. As roçadeiras movidas a gasolina foram substituídas por elétricas, reduzindo a emissão de CO2. Durante o inverno, o trabalho é feito por ovelhas anãs, que ajudam a manter o solo livre de ervas daninhas.
Rosas destaca que a vinícola não utiliza herbicidas há 14 anos e que parte da propriedade já opera com práticas biodinâmicas. Ele enfatiza a importância de cuidar do solo para as futuras gerações, afirmando que os vinhos que produz hoje serão consumidos muito tempo depois de sua morte.
Mudanças também estão ocorrendo nas garrafas dos vinhos mais envelhecidos da Ramos Pinto, que estão sendo levemente modificadas para reduzir o peso e, assim, a emissão de CO2 durante o transporte. A campanha é apoiada por Jancis Robinson, uma renomada especialista em vinhos. Rosas também recomenda o uso de taças de vinho branco para apreciar melhor os aromas do Porto, em vez das tradicionais taças pequenas.
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