China impõe tarifas de US$ 21 bilhões e afirma que não será ‘intimidada’ pelos EUA

Poucas horas após a implementação de tarifas pelo governo de Donald Trump, em 4 de março de 2024, a China anunciou uma retaliação, aumentando as taxas de importação sobre US$ 21 bilhões em produtos agrícolas e alimentícios dos Estados Unidos. Essa movimentação intensifica a possibilidade de uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que "tentar exercer pressão extrema sobre a China é um erro de cálculo e um engano", ressaltando que o país não se submeterá à "intimidação" ou "coerção".

Além das tarifas, a China impôs restrições de exportação e investimento a 25 empresas americanas, citando motivos de segurança nacional. As novas tarifas incluem um adicional de 15% sobre frango, trigo, milho e algodão, e 10% sobre soja, carne suína, carne bovina, produtos marinhos, frutas, vegetais e laticínios, com início em 10 de março. Em resposta, os Estados Unidos aumentaram a tarifa sobre importações da China para 20%, visando combater a inação chinesa em relação ao fluxo de drogas para o território americano.

As tarifas de 20% também afetarão importações significativas de eletrônicos de consumo, como smartphones e laptops, que anteriormente estavam isentos. A China acusou a Casa Branca de "chantagem", defendendo que possui uma das políticas antidrogas mais rigorosas do mundo. Além disso, Trump anunciou a intenção de aplicar tarifas de 25% à União Europeia, alegando que o bloco foi "criado para prejudicar os Estados Unidos".

A agência de notícias Bloomberg estimou que as novas tarifas podem impactar até US$ 29,3 bilhões (mais de R$ 169 bilhões) das exportações dos 27 membros da UE. A Comissão Europeia já se manifestou, afirmando que não vê justificativa para as tarifas e prometeu retaliações para proteger os interesses de empresas, trabalhadores e consumidores europeus.