10 de mar 2025
Civis alauítas denunciam massacre e limpeza étnica na Síria após operação militar
O massacre em áreas alauítas resultou em mais de 1,5 mil mortes, incluindo 973 civis. O presidente interino, Ahmed al Shaara, anunciou uma comissão para investigar abusos. Relatos de sequestros e execuções de alauítas indicam uma possível limpeza étnica. Grupos de direitos humanos denunciam a violência como uma resposta a insurgências. O Conselho de Segurança da ONU se reúne para discutir a crise e a segurança da minoria alauíta.
Foto:Reprodução
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Rihab Kamel, uma mulher alauíta de 35 anos, ficou escondida por dois dias no banheiro de sua casa em Baniyas, na Síria, enquanto homens armados leais ao governo interino de Ahmed al-Shaara buscavam membros de sua minoria étnica. Ela e sua família conseguiram escapar para a casa de uma família cristã, mas testemunharam cenas de horror nas ruas, com cadáveres espalhados. Grupos de direitos humanos relatam que as forças de segurança do novo governo provocaram um dos maiores massacres desde 2011, com mais de 1,5 mil mortos, incluindo 973 civis.
O presidente interino da Síria anunciou a criação de uma "comissão independente" para investigar os abusos durante a operação militar, prometendo responsabilizar os culpados. No entanto, a credibilidade das investigações é questionável, dado o contexto de um país multicultural, onde diversas etnias coexistem, mas a maioria sunita atualmente domina o governo. O Ministério da Defesa afirmou que a operação foi encerrada após a "neutralização" das "células remanescentes" do regime Assad.
Samir Haidar, um idoso de 67 anos, escapou por pouco da morte, mas perdeu familiares durante os ataques. Ele relatou que homens armados entraram em seu prédio e executaram todos os homens, incluindo seu irmão. Vídeos nas redes sociais mostram forças do governo disparando contra civis desarmados, com promessas de "purificação" do país. A Federação de Alauítas na Europa denunciou uma "limpeza étnica sistemática" contra a minoria.
Jaafar Ali, um alauíta de 32 anos, fugiu para o Líbano e afirmou que não retornará à Síria sem garantias de segurança. O Conselho de Segurança da ONU se reúne para discutir a crise, enquanto moradores de Latakia relatam sequestros e assassinatos de alauítas. Um homem de Jablé descreveu a falta de eletricidade e comida, além de corpos sendo ocultados pelas forças governamentais, que estariam usando retroescavadeiras para enterrar vítimas em valas comuns ou jogá-las ao mar.
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