20 de mar 2025
Arcenio López alerta: ‘O medo se tornou parte da vida dos trabalhadores agrícolas’
Arcenio López, mixteco, lidera o Projeto de Organização Comunitária Mixteco/Indígena. Trabalhadores agrícolas indígenas enfrentam barreiras linguísticas e falta de direitos. Aumento das deportações sob Trump intensifica o medo e o isolamento nas comunidades. Indocumentados pagam impostos, mas não têm acesso a benefícios como aposentadoria. Indústria agrícola dos EUA colapsaria sem a força de trabalho indocumentada.
Foto:Reprodução
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A família de Arcenio López, um indígena mixteco nascido em Oaxaca, México, tem enfrentado desafios relacionados à agricultura e à migração por gerações. Desde que seus avós participaram do Programa Bracero, que trouxe trabalhadores mexicanos para os EUA entre 1942 e 1964, a migração se tornou uma constante em sua vida. Em 2003, López chegou à Califórnia para trabalhar na indústria da fresa e hoje é o diretor executivo do Projeto de Organização Comunitária Mixteco/Indígena (MICOP), que apoia trabalhadores agrícolas indígenas na região.
Atualmente, cerca de 165 mil trabalhadores agrícolas indígenas estão empregados na Califórnia, com mais de 80% originários de Oaxaca. Esses trabalhadores enfrentam condições precárias, com salários baixos e escassos benefícios. A maioria é indocumentada e enfrenta barreiras linguísticas, já que muitos falam línguas indígenas em vez de espanhol ou inglês. A situação se agravou com as políticas de imigração do governo Trump, que intensificaram o medo entre os trabalhadores, levando muitos a evitar serviços essenciais.
López destaca que, apesar das leis trabalhistas da Califórnia, a falta de supervisão torna os trabalhadores indígenas vulneráveis a abusos. Muitos não conhecem seus direitos e enfrentam desinformação, pois há escassez de meios de comunicação que atendam suas necessidades. Ele observa que, mesmo quando os trabalhadores estão cientes de seus direitos, a insegurança os impede de se defenderem adequadamente.
A administração Trump, que deportou mais de 37 mil pessoas em seu primeiro mês, gerou um clima de medo nas comunidades. López relata que muitos trabalhadores deixaram de ir ao trabalho e que as escolas também sentiram o impacto, com pais evitando levar seus filhos. Ele enfatiza a importância de os trabalhadores indocumentados conhecerem seus direitos e se prepararem para possíveis detenções, ressaltando que, mesmo sem documentos, eles têm direitos que devem ser respeitados.
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