Ketanji Brown Jackson alerta sobre ameaças a juízes e a crise na democracia americana

Ketanji Brown Jackson, a primeira mulher afroamericana no Tribunal Supremo dos Estados Unidos, alertou sobre o aumento de ameaças e assédio a juízes federais. A declaração ocorreu durante uma conferência em Porto Rico, onde a juíza destacou que esses ataques são uma tentativa de intimidar os magistrados que exercem suas funções.

Uma investigação da agência de notícias Reuters revelou que pelo menos onze juízes enfrentaram ameaças de apoiadores do ex-presidente Donald Trump. As intimidações incluem campanhas online e pedidos de impeachment contra juízes que tomaram decisões contrárias aos interesses da administração. Desde a posse de Trump, mais de sessenta juízes alteraram ou bloquearam ações do governo, resultando em uma onda de hostilidade nas redes sociais.

Jackson enfatizou que as ameaças não são incidentes isolados, mas parte de uma estratégia para minar a democracia e o Estado de direito. Embora não tenha mencionado Trump diretamente, fez referência ao "elefante na sala", em alusão às críticas direcionadas a juízes que desafiaram a administração. O juiz James Boasberg, que se opôs a deportações em massa, foi alvo de ataques, incluindo ameaças à sua família.

O presidente do Supremo, John Roberts, também se manifestou, afirmando que as divergências entre os poderes devem ser resolvidas por meio de canais institucionais. A situação levou a um pedido formal ao Congresso por mais recursos de segurança para juízes, que têm relatado mudanças em suas rotinas devido ao medo por suas famílias.

Além disso, a vice-presidente Kamala Harris alertou sobre a fragilidade do equilíbrio entre os poderes, afirmando que isso pode levar a uma crise constitucional. Organizações como Speak Up for Justice têm registrado um aumento nas ameaças contra juízes, incluindo casos em que magistrados receberam pizzas em casa como forma de intimidação.