Governo e PT temem exploração política da imagem de irmão de Lula em fraude do INSS

O irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Frei Chico, está no centro de uma controvérsia política. Ele é vice-presidente do Sindnapi, sindicato que enfrenta investigações por supostas fraudes em descontos de benefícios do INSS. A situação gerou preocupação entre membros do governo e do PT, que temem a exploração política de sua imagem.

Frei Chico, cujo nome foi mencionado em grupos de direita, está sendo defendido por assessores do governo. Um roteiro para sua defesa em Brasília está sendo elaborado, enquanto um amigo do presidente sugeriu que ele se pronunciasse publicamente. No entanto, uma viagem à capital e uma manifestação pública foram descartadas por enquanto.

Na última quarta-feira, o Sindnapi enviou um documento ao Senado em defesa da entidade e de Frei Chico. A Polícia Federal incluiu o sindicato na lista de investigados, mas ele não faz parte do núcleo do esquema de fraudes mencionado em ação da Advocacia-Geral da União, que busca bloquear R$ 2,5 bilhões de entidades suspeitas. O número de associados do Sindnapi cresceu de 237,7 mil em dezembro de 2021 para 366,2 mil em dezembro de 2023.

O documento enviado aos senadores destaca a trajetória de Frei Chico, que começou sua militância nos anos 1960 e é reconhecido por sua luta no movimento sindical. O presidente do Sindnapi, Milton Cavalo, afirma que a inclusão do sindicato nas investigações é uma tentativa de deslegitimar a entidade por conta da relação de Frei Chico com o presidente. A entidade também distribuiu uma cartilha para desmentir informações falsas sobre o sindicalista, reforçando sua autonomia e a ausência de privilégios do governo.