Irmão de Lula é investigado por fraude no INSS em audiência da oposição

Durante uma audiência da Comissão de Segurança Pública da Câmara, realizada nesta quarta-feira (28), deputados da oposição questionaram a falta de investigações sobre o Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical). O vice-presidente da entidade, Frei Chico, é irmão do presidente Lula (PT).

Os parlamentares criticaram a ausência do diretor da Polícia Federal (PF) e cobraram esclarecimentos sobre a entidade, que, segundo o deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), arrecadou R$ 108 milhões a mais entre 2021 e 2023. Bilynskyj afirmou que a nomeação de Frei Chico para um cargo de direção foi um pedido pessoal do presidente Lula.

O delegado da PF, Carlos Henrique Oliveira de Sousa, que representou o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, afirmou que as investigações estão apenas começando. Ele destacou que haverá apurações sobre outras entidades, indicando que o escopo das investigações pode ser maior do que o inicialmente previsto.

A exploração política da imagem de Frei Chico tem gerado preocupação entre membros do governo e do PT. O nome dele tem sido utilizado em mensagens de grupos de direita para tentar minar a avaliação do presidente. O Sindnapi foi incluído nas investigações por supostas fraudes em descontos de benefícios previdenciários, mas não está entre as associações consideradas núcleo do esquema de fraudes pela Advocacia-Geral da União (AGU).

Dados do Tribunal de Contas da União (TCU) mostram que o número de associados do Sindnapi cresceu de 237,7 mil em dezembro de 2021 para 366,2 mil em dezembro de 2023. A AGU identificou indícios de que algumas entidades foram criadas com o único propósito de fraudar o sistema previdenciário. O presidente do Sindnapi, Milton Cavalo, defendeu a entidade, alegando que as acusações são injustas e têm motivação política.