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27 de mai 2025

Ativismo neofreyriano e neonegros pode prejudicar o debate racial no Brasil

Movimento negro brasileiro enfrenta nova polarização com a ascensão dos neonegros, que contestam a inclusão dos pardos na identidade negra.

Foto:Reprodução

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O movimento negro brasileiro enfrenta uma nova dinâmica com a ascensão dos jovens ativistas conhecidos como neonegros, que contestam a inclusão dos pardos na identidade negra. Este fenômeno surge em um contexto onde a narrativa freyriana de mestiçagem, predominante no século 20, começa a ser desafiada. A proposta de que pretos e pardos são negros, consolidada pelo movimento negro e incorporada ao Estatuto da Igualdade Racial em 2010, agora enfrenta críticas.

A decadência da apologia à mestiçagem e o fortalecimento do orgulho racial negro resultaram em uma maioria negra no Brasil, com 55,5% da população se identificando como preta ou parda, segundo o Censo de 2022. Os neonegros, em sua maioria jovens, afirmam sua negritude e rejeitam a morenidade, utilizando expressões como "morena não, negra". Essa nova geração busca reafirmar uma identidade racial negra, negando a negritude dos pardos.

O ressurgimento da "parditude"

Em resposta ao essencialismo racial dos neonegros, surge a "parditude", que defende a mestiçagem como uma identidade legítima. Beatriz Bueno, estudante de mestrado da UFF, destaca que a parditude busca avançar o debate sobre a identidade mestiça, reconhecendo suas vivências e desafios próprios. Essa nova narrativa, embora atrativa, mantém a essência do discurso freyriano.

O dilema dos pardos, que se sentem rejeitados tanto por pretos quanto por brancos, persiste. A crítica à negritude dos pardos e a apologia da mestiçagem pelos neofreyrianos contribuem para um divisionismo que ameaça desmantelar a engenharia social construída pelas gerações anteriores do movimento negro.

Crise geracional

A tensão entre as gerações mais velhas do movimento negro e os neonegros evidencia uma crise geracional. Enquanto os mais velhos convidam os pardos a se identificarem como negros, os neonegros insistem em uma visão essencialista que exclui os pardos. Essa polarização pode levar a um retrocesso nas conquistas do movimento negro, revertendo o progresso alcançado nas últimas décadas.

A luta pela identidade racial no Brasil continua complexa, com as novas gerações enfrentando desafios que podem redefinir a narrativa racial do país. A construção de uma identidade negra inclusiva é mais necessária do que nunca, diante das divisões emergentes que ameaçam a coesão do movimento.

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