Friedrich Merz reafirma rejeição a requerentes de asilo após decisão judicial na Alemanha

O governo da Alemanha, liderado pelo primeiro-ministro Friedrich Merz, anunciou que continuará a rejeitar a entrada de requerentes de asilo nas fronteiras, mesmo após uma decisão judicial que considera essa prática ilegal. A declaração foi feita em um evento em Berlim nesta terça-feira, três de junho de dois mil e vinte e cinco.

Merz afirmou que a determinação judicial pode limitar a liberdade de ação do governo, mas garantiu que a rejeição seguirá de acordo com a lei europeia. “Faremos isso para proteger a segurança e a ordem no nosso país”, disse o premiê. A decisão da Justiça, que ocorreu na segunda-feira, dois de junho, considerou ilegal a expulsão de três requerentes de asilo da Somália, que haviam sido enviados de volta à Polônia.

O ministro do Interior, Alexander Dobrindt, também defendeu a continuidade da prática, alegando que o sistema de asilo da União Europeia não funciona adequadamente. A decisão judicial foi criticada por membros da coalizão de Merz, especialmente do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD), que não se manifestaram publicamente em apoio ao governo.

Críticas e Desdobramentos

A postura de Merz gerou uma crise em seu governo, que assumiu em seis de maio. O líder da bancada do SPD, Matthias Miersch, comentou que a decisão judicial ainda não é definitiva. O novo presidente do SPD, Lars Klingbeil, busca evitar conflitos que possam desestabilizar a coalizão, lembrando que o acordo com a CDU previa negociações com países vizinhos antes de adotar medidas de rejeição.

Os países vizinhos também expressaram insatisfação. O Departamento Federal de Justiça e Polícia da Suíça lamentou a decisão da Alemanha e indicou que pode considerar medidas retaliatórias. A oposição, incluindo a líder da bancada do partido Os Verdes, Britta Haßelmann, criticou a continuidade da rejeição, afirmando que “a lei foi quebrada” e que essa prática não pode persistir.

Dobrindt reiterou que a rejeição nas fronteiras é legal e que buscará explicações em instâncias superiores. A situação continua a gerar tensões políticas e sociais na Alemanha e entre seus vizinhos.