18 de jul 2025
Alemanha e cinco países buscam endurecer regras de asilo e acelerar deportações
Representantes europeus propõem deportações expressas de afegãos criminosos e medidas para pressionar países que não aceitam retornos.

Magnus Brunner (UE), Kaare Dybvad (Dinamarca), Bruno Retailleau (França), Alexander Dobrindt e Daniela Ludwig (Alemanha), Tomasz Siemoniak (Polônia), Gerhard Karner (Áustria) e Vit Rakusan (República Tcheca) posam para os fotógrafos no cume do Zugspitze, pico mais alto da Alemanha, em Garmisch-Partenkirchen (Foto: Philipp Guelland/AFP)
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Representantes de Alemanha, França, Polônia, Áustria, Dinamarca e República Tcheca se reuniram nesta sexta-feira (18) no cume do Zugspitze, na Alemanha, para discutir medidas mais rígidas de imigração na Europa. O encontro, organizado pelo governo de Friedrich Merz, teve como foco a proposta de deportações expressas de afegãos com antecedentes criminais e a suspensão de vistos para países que não aceitam seus cidadãos de volta.
Durante a reunião, 81 afegãos com condenações criminais foram deportados para Cabul em um voo do Qatar. Entre eles, 17 tinham condenações por homicídio e 12 por estupro, conforme reportado pelo jornal Bild. O ministro do Interior da Alemanha, Alexander Dobrindt, afirmou que "não há residência para quem comete crimes na Alemanha". A operação de deportação foi intermediada por autoridades do Qatar, com a lista de deportados autorizada pelo Talibã.
A Alemanha possui atualmente 11.172 afegãos com decisões de deportação, mas muitos conseguiram suspender suas expulsões devido à situação política no Afeganistão. A declaração conjunta dos ministros enfatizou que "retornos efetivos são um pré-requisito essencial para a confiança em uma política migratória europeia equilibrada".
Medidas Propostas
Entre as medidas discutidas, destacam-se a aceleração dos procedimentos de asilo e o combate ao tráfico de pessoas. Os ministros também propuseram a terceirização dos processos de fronteira, semelhante ao que a Itália já tenta na Albânia. Essa abordagem visa alojar solicitantes de asilo enquanto seus pedidos são analisados.
Além disso, foi sugerido que deportações para Síria e Afeganistão voltem a ser possíveis. Dobrindt mencionou a possibilidade de transferir deportados para países vizinhos, como o Paquistão, onde já existem comunidades de afegãos. A reunião também abordou a necessidade de suspender a emissão de vistos para países que não aceitam seus cidadãos de volta, uma medida que visa pressionar na questão da imigração.
Entidades de direitos humanos, como a ProAsyl, criticaram as deportações, ressaltando que o Afeganistão não é um país seguro. A chancelaria alemã já alertou sobre episódios de tortura e execução no país, o que tem influenciado decisões judiciais em favor de solicitantes de asilo.
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