Cuba aplica punições severas a manifestantes com tortura e isolamento extremo

Desde as manifestações pacíficas de julho de 2021 em Cuba, o governo tem intensificado a repressão contra os manifestantes, resultando em detenções e graves violações de direitos humanos. Um relatório da Human Rights Watch (HRW) revela abusos severos enfrentados por 17 ex-detidos, incluindo tortura física e condições desumanas nas prisões.

Os relatos indicam que os prisioneiros foram submetidos a agressões físicas, vigilância constante e condições insalubres. Segundo a HRW, muitos ex-detidos relataram que a alimentação era inadequada e que a falta de água potável era comum. Um ex-prisioneiro afirmou: “Se sua família não traz comida, você morre de fome.”

As condições de detenção incluem hacinamento extremo e doenças não tratadas, como sarna e tuberculose. Além disso, muitos enfrentam restrições severas após a libertação, sendo obrigados a se apresentar regularmente a agentes de segurança. “Embora eu tenha sido libertada, ainda estou presa”, disse uma ex-detida, refletindo a realidade de muitos cubanos.

Abusos e Tortura

Os testemunhos coletados pela HRW revelam uma campanha sistemática de perseguição. Os ex-detidos relataram que eram frequentemente enviados para isolamento e tinham acesso limitado a visitas e comunicação com familiares. José Daniel Ferrer, líder da oposição, compartilhou sua experiência de violência, incluindo agressões durante visitas familiares.

Os abusos incluem técnicas de tortura, como a imposição de posições estressantes e agressões físicas por parte dos guardas. Ferrer descreveu um episódio em que foi agredido por gritar palavras de ordem contra o governo durante uma visita. “Estava sangrando e fui forçado a fazer a ‘bicicleta’”, relatou.

Vigilância e Controle

Após a libertação, muitos ex-detidos continuam a viver sob vigilância intensa. A HRW destaca que, apesar da libertação de alguns manifestantes, centenas permanecem encarcerados em condições desumanas. O relatório enfatiza que a repressão se intensificou desde as manifestações de 2021, com o governo cubano mantendo um controle rigoroso sobre aqueles que buscam direitos e liberdades.