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11 de jul 2025

Derrames petroleros continuam a afetar o mar do Peru e suas consequências ambientais

Moradores de Lobitos enfrentam nova crise ambiental após derrame de petróleo. Comunidade exige reparações e melhorias na segurança da área.

Terminal pesqueiro de Lobitos em Peru, em maio. (Foto: SEBASTIAN CASTAÑEDA)

Terminal pesqueiro de Lobitos em Peru, em maio. (Foto: SEBASTIAN CASTAÑEDA)

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Os moradores de Lobitos, no Peru, enfrentam uma nova crise ambiental após um derrame de petróleo em 7 de julho, que ocorreu em um poço próximo à comunidade. O incidente se soma a um histórico preocupante de vazamentos na região, que já havia sido afetada por um derrame em dezembro do ano passado. A Petroperú, empresa estatal responsável pela operação, informou que o derrame envolveu 5,46 barris de petróleo e afetou uma área de 6.425 metros quadrados.

A desconfiança da população em relação à Petroperú é crescente. Iván Vite, engenheiro e membro do Comitê Ambiental de Lobitos, questiona a versão da empresa sobre a manipulação do poço, afirmando que a falta de segurança e a vigilância insuficiente na área são preocupações reais. Ele sugere que o poço pode ter acumulado gases sem a devida descompressão.

Histórico de Derrames

Entre 1997 e 2023, o Peru registrou 1.462 derrames de petróleo, com 609 ocorrências na costa, sendo 566 delas na região de Piura, onde se localizam Lobitos e Negritos. Um relatório recente destaca que 90% dos 3.321 passivos ambientais relacionados a vazamentos estão na costa. A situação é alarmante, especialmente em áreas que deveriam ser protegidas, como o Salar de Negritos, que apresenta manchas de petróleo visíveis.

A falta de um sistema de alerta eficiente é uma crítica recorrente entre os pescadores locais. Juan Carlos Riveros, da ONG Oceana, aponta que a comunicação sobre os derrames é tardia, dificultando a resposta imediata da comunidade. Após o derrame de dezembro, os pescadores souberam do ocorrido apenas no dia seguinte.

Consequências e Reações

Os impactos dos derrames são profundos. Paulo César Benítez, um pescador local, relata a urgência em tentar conter o vazamento com suas próprias mãos, enfrentando a realidade de ver a vida marinha em perigo. A compensação oferecida pela Petroperú, equivalente a 1.500 soles em cartões de consumo, não é suficiente para mitigar as perdas enfrentadas pela comunidade.

A situação em Lobitos reflete um padrão de negligência em relação à segurança ambiental e à saúde da população. Gabriela Ramírez, do Instituto do Território da PUCP, destaca a necessidade de uma abordagem sustentável que considere os eixos econômico, social e ambiental, em linha com a Agenda 2030 da ONU. A pressão por reparações e melhorias na segurança continua a crescer, enquanto a comunidade se vê presa em um ciclo de derrames e incertezas.

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