Indústria armamentista global cresce rapidamente com dados reveladores em gráficos

O aumento do gasto militar global atingiu 2,7 trilhões de dólares em 2024, um crescimento de 9% em relação ao ano anterior, conforme dados do Instituto Internacional de Estocolmo de Pesquisa para a Paz (SIPRI). Esse é o maior aumento desde o fim da Guerra Fria e reflete as crescentes tensões geopolíticas, especialmente após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

A competição por matérias-primas e a reconfiguração da indústria de defesa são agora centrais nesse cenário. As 100 maiores empresas do setor geraram 632 bilhões de dólares em receita em 2023, um aumento de 4% em relação ao ano anterior. Apesar disso, o crescimento da receita foi menor que o aumento do gasto militar total, que subiu 37% desde 2015.

Os desafios na cadeia de suprimentos têm impactado as grandes empresas, como Lockheed Martin e RTX, que enfrentaram queda na receita real. A dependência de materiais estratégicos, especialmente controlados pela China, é uma preocupação crescente. Um relatório do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos destaca o domínio chinês em nitrato de celulosa, essencial para a produção de armamentos.

Reconfiguração da Indústria de Defesa

A indústria de defesa na Europa está em um momento crítico, impulsionada pela agressão russa e pela necessidade de aumentar as capacidades defensivas. A Ucrânia, por exemplo, se tornou o maior importador mundial de armamento, dependendo fortemente de suprimentos externos. A discussão sobre como equilibrar a compra de armamentos no exterior e o fortalecimento da indústria local é intensa.

Enquanto alguns países, como Polônia, priorizam a aquisição rápida de capacidades, outros, como França, defendem o desenvolvimento da indústria europeia. A fragmentação do mercado de defesa na Europa dificulta a criação de uma base industrial robusta, levando a iniciativas de compras conjuntas para aumentar a eficiência.

Desafios e Oportunidades

A indústria de defesa dos EUA continua a ser a líder global, respondendo por 50% da receita das 100 maiores empresas do setor. No entanto, enfrenta desafios significativos, como a capacidade de produção de armamentos, que não atende à demanda crescente. O estoque de mísseis Patriot, por exemplo, está abaixo do necessário, e a produção de munições ainda não é suficiente para acompanhar a intensidade do conflito na Ucrânia.

A China, por sua vez, busca expandir sua presença no mercado de defesa, promovendo a colaboração entre empresas estatais e privadas. Apesar dos avanços, a qualidade e a eficácia de seus armamentos em combate permanecem incertas.

A indústria russa, impulsionada pela invasão da Ucrânia, também está em transformação, com um aumento significativo na produção de armamentos. Contudo, seu gasto militar, embora crescente, ainda é inferior ao dos EUA e da China, refletindo a complexidade do cenário global de defesa.