Otan alerta Brasil, China e Índia sobre sanções por comércio com a Rússia

O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, alertou que Brasil, China e Índia podem enfrentar sanções secundárias dos Estados Unidos se a Rússia não iniciar negociações de paz com a Ucrânia em um prazo de 50 dias. A declaração foi feita em uma coletiva de imprensa nesta terça-feira (15), onde Rutte enfatizou a necessidade de pressionar o presidente russo, Vladimir Putin, por um cessar-fogo.

Rutte destacou que os países que mantêm relações comerciais com Moscou, especialmente na compra de petróleo, podem ser "duramente atingidos" por tarifas de até 100% sobre produtos russos. "Se você mora em Pequim, Délhi ou é o presidente do Brasil, é importante prestar atenção, pois isso pode impactá-los fortemente", afirmou. O alerta surge após o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, estabelecer um ultimato a Putin, prometendo tarifas severas caso não haja progresso nas negociações.

Pressão Legislativa nos EUA

Senadores americanos, como Richard Blumenthal e Lindsey Graham, estão propondo um projeto de lei que pode impor tarifas de até 500% sobre países que continuam a negociar com a Rússia. Blumenthal afirmou que a aprovação desse projeto enviaria uma mensagem clara de apoio às sanções contra Moscou, visando desestimular Brasil, China e Índia de apoiar a "máquina de guerra" de Putin.

Essas sanções têm como objetivo aumentar o custo político e econômico para nações que importam petróleo, diesel ou gás natural da Rússia. A Índia, por exemplo, já é um dos principais compradores de petróleo russo, enquanto o Brasil também tem ampliado suas importações de diesel e fertilizantes.

Consequências para o Comércio

A relação comercial entre Brasil, China e Índia com a Rússia se tornou uma preocupação crescente para os EUA. O Brasil, que importa 65% de seu diesel da Rússia, pode ser severamente impactado por essas novas medidas. A pressão sobre esses países aumenta à medida que a situação na Ucrânia continua a se deteriorar, complicando as negociações dos EUA com a Índia e a China.

A situação permanece tensa, com a expectativa de que os próximos dias sejam cruciais para o futuro das negociações de paz e para as relações comerciais entre os países envolvidos. A Otan e os EUA buscam isolar economicamente a Rússia, enquanto os países do Brics tentam manter suas relações comerciais com Moscou.