Alcolumbre mantém recesso parlamentar e ignora pedido da oposição para retorno imediato

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, decidiu manter o recesso parlamentar até 4 de agosto, ignorando o pedido da oposição para um retorno antecipado. A solicitação surgiu após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que impôs medidas restritivas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica.

Em comunicado, Alcolumbre reafirmou que não haverá sessões deliberativas ou funcionamento das comissões durante as próximas duas semanas. As atividades legislativas estão programadas para retomar na semana do dia 4 de agosto, conforme o calendário previamente estabelecido. A oposição argumenta que a suspensão do recesso é crucial para que o Congresso se posicione sobre as implicações das decisões judiciais recentes.

A insatisfação entre os parlamentares é evidente, especialmente entre os aliados de Bolsonaro, que defendem a continuidade de pautas para limitar o poder do STF. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa extinguir decisões monocráticas da Corte está em pauta. O líder do PL no Senado, Carlos Portinho, afirmou que o Congresso está "anulado em suas funções legislativas".

Reuniões e articulações

Além disso, a oposição planeja novas reuniões para discutir estratégias conjuntas. A senadora Damares Alves relatou ter visitado Michele Bolsonaro após a ação da Polícia Federal na residência do ex-presidente, criticando a abordagem da polícia. Ela destacou a força de Michele ao defender sua família durante a operação, chamando-a de uma "grande líder".

A pressão por um retorno antecipado ao trabalho legislativo reflete a crescente tensão no Congresso, especialmente em relação às decisões de Moraes, que visam combater ações consideradas golpistas. A Primeira Turma do STF já referendou essas decisões, com o julgamento em andamento e votos de ministros ainda pendentes.