Tarifaço de Trump gera desafio para Tarcísio e líderes da oposição brasileira

Donald Trump e Jair Bolsonaro enfrentam tensões crescentes, especialmente após o anúncio de um tarifaço que impactou negativamente a imagem do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. O episódio, que ocorreu em julho, gerou uma oscilação nas intenções de voto para Tarcísio, que é visto como um potencial candidato à presidência em 2026.

Após apoiar Bolsonaro em meio a críticas, Tarcísio tentou capitalizar politicamente o tarifaço, responsabilizando Lula por priorizar ideologias em detrimento da economia. Contudo, a pressão aumentou quando ele foi acusado de não defender adequadamente os interesses de São Paulo, o estado mais afetado pela medida. Em resposta, Tarcísio chamou o tarifaço de “deletério” e se comprometeu a priorizar os interesses paulistas.

Desdobramentos Políticos

As pesquisas mostram que Tarcísio caiu de 40% para 37% nas intenções de voto, enquanto Lula manteve seus 41%. Outros governadores, como Ronaldo Caiado e Romeu Zema, também enfrentaram dilemas semelhantes, mas não tiveram variações significativas nas pesquisas. A situação revela um cenário complicado para a direita, que busca se reorganizar para 2026.

O impacto do tarifaço pode não ser duradouro, segundo especialistas. A opinião pública será crucial para moldar os discursos dos governadores nos próximos meses. A dependência do bolsonarismo continua a ser um dilema, especialmente para Tarcísio, que tenta equilibrar sua imagem entre o apoio a Bolsonaro e a necessidade de atrair eleitores centristas.

Rivalidades e Alianças

A tensão entre Tarcísio e Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, também se intensificou. Apesar das críticas, Bolsonaro interveio para pacificar a situação, reconhecendo Tarcísio como um bom gestor. No entanto, a desconfiança entre os dois persiste, especialmente em relação à lealdade de Tarcísio ao bolsonarismo.

Enquanto isso, o Centrão observa com preocupação a situação, buscando viabilizar a candidatura de Tarcísio em 2026. O governador, que se destacou em sua eleição graças ao apoio de Bolsonaro, tenta agora se posicionar como um conciliador, evitando ser rotulado como extremista. A direita, dividida, ainda sonha com uma terceira via que não esteja atrelada diretamente ao bolsonarismo, mas a batalha contra Lula promete ser acirrada.