Guru de ioga é preso após denúncias de estupro e abuso sexual

Uberto Gama, autoproclamado guru do método Vidya Yoga, enfrenta graves acusações de abuso sexual e manipulação psicológica de seus discípulos. Desde abril, ele está preso preventivamente sob suspeita de crimes como estupro de vulnerável e tortura, com mais de 20 ex-integrantes denunciando sua conduta.

Rafaela Rocha, uma ex-discípula, compartilhou suas experiências traumáticas, revelando práticas abusivas e exigências financeiras. Gama exigia que seus seguidores doassem 10% de seus rendimentos, além de mensalidades que, ajustadas, chegavam a R$ 20,6 mil. Ele também impunha regras estranhas, como a depilação constante e práticas de higiene íntima, que causaram problemas de saúde a algumas mulheres.

A promotora Tarcila Teixeira, do Ministério Público do Paraná, destacou que Gama manipulava seus discípulos através de humilhações públicas e promessas de evolução espiritual. Ele controlava aspectos da vida pessoal de seus seguidores, incluindo relacionamentos e finanças. As práticas tântricas, que deveriam ser espirituais, se tornaram um pretexto para abusos sexuais, com Gama se aproveitando da vulnerabilidade de suas vítimas.

Embora Gama esteja preso, suas escolas continuam operando, mas sem sua imagem. Em algumas unidades, o método é apresentado como Raja Vidya Yoga, e o quadro do guru foi removido. Os ex-discípulos tentam reconstruir suas vidas após anos de manipulação e controle, enquanto a investigação do MP segue em segredo de Justiça, visando proteger a identidade das vítimas.