24 de jul 2025
Ex-número dois de Anderson Torres revela que negou aumento de policiamento da PRF em 2022
Fernando de Sousa Oliveira nega conivência com a PRF e critica falhas no policiamento durante os ataques de 8 de janeiro.

Invasores diante do Palácio do Planalto durante o 8 de janeiro de 2023: análise de processos abertos no STF mostra que a maioria dos presos naquela data tinha menos de 60 anos à época (Foto: Cristiano Mariz/08.01.2023)
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Fernando de Sousa Oliveira, ex-diretor de operações do Ministério da Justiça, prestou depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira, onde buscou se desvincular de Anderson Torres, ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. Ambos são réus em uma ação penal relacionada a uma suposta trama golpista.
Durante seu interrogatório, Sousa Oliveira negou conivência com ações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e afirmou que não foi informado sobre a viagem de Torres aos Estados Unidos antes dos atos de 8 de janeiro. Ele admitiu, no entanto, que Torres havia solicitado um reforço policial da PRF no segundo turno das eleições de 2022, pedido que não foi atendido por ele.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) alega que houve uma intenção de realizar operações ilegais da PRF para dificultar o voto de eleitores de Lula, especialmente na região Nordeste. Sousa Oliveira também se isentou de responsabilidade pelo policiamento falho no dia 8 de janeiro, afirmando que a Polícia Militar do Distrito Federal não cumpriu o Protocolo de Ações Integradas (PAI) para evitar os ataques a prédios públicos.
Viagem e Planejamento
O ex-diretor disse que não teve contato pessoal com Torres, apesar de ter ocupado cargos de confiança em suas gestões. Ele afirmou que soube da viagem de Torres apenas no dia 5 de janeiro de 2023 e que pediu reconsideração da viagem, alertando sobre os riscos associados. Sousa Oliveira destacou que já havia um planejamento de ações policiais para prevenir vandalismos.
Além disso, ele mencionou que solicitou apoio da Força Nacional, que foi negado pela Polícia Militar. Sousa Oliveira criticou a falta de cumprimento das ações previstas no PAI, afirmando que houve desalinhamento entre ele e a PMDF.
Mensagens e Provas
Uma das principais evidências contra Sousa Oliveira e Torres são mensagens encontradas em um grupo de WhatsApp chamado "EM OFF", que indicam um direcionamento político do policiamento da PRF. A ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça, Marília Ferreira Alencar, é mencionada na denúncia por solicitar a coleta de dados sobre locais onde Lula obteve votação expressiva.
Sousa Oliveira reconheceu que teve conhecimento do projeto de Business Intelligence, mas afirmou que não participou de sua elaboração. Ele alegou que as mensagens foram tiradas de contexto e que seu comentário sobre Belford Roxo não se referia ao município, mas a números de pesquisas eleitorais.
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