Ladrões de carros se aproveitam de expansão do CV e TCP em mercado ilegal

O tráfico de drogas no Rio de Janeiro tem gerado um aumento alarmante nos roubos de veículos, com facções criminosas dominando áreas e intensificando a violência. Em 2024, os bairros da Pavuna e Irajá se destacaram, registrando aumentos de 50,6% e 68% nos roubos de veículos, respectivamente.

Dados do Mapa do Crime indicam que 72% dos 147 bairros da cidade tiveram crescimento nos roubos de carros, com destaque para Rio Comprido (251,8%), Botafogo (124,6%) e Tijuca (120,5%). O Instituto de Segurança Pública (ISP) aponta que o estado do Rio teve um aumento de 39% nos roubos de veículos de 2023 para 2024, sendo a segunda maior alta do Brasil.

Investigações da Polícia Civil e do Ministério Público revelam um esquema de resgate de carros que envolve traficantes e corrupção policial. Rodrigo do Nascimento Novaes da Silva, conhecido como RD, afirmou que os chefes do tráfico patrocinam quadrilhas de roubo, fornecendo armas e veículos. Em troca, os ladrões levam os carros para as favelas e exigem um pagamento de resgate para devolvê-los.

Empresas recuperadoras estão no centro desse esquema, lucrando com a devolução dos veículos. O valor do resgate é tabelado, correspondendo a 10% do valor da Tabela Fipe, com 30% desse total indo para os criminosos. O secretário estadual de Segurança, Victor César dos Santos, destacou que o aumento nas recuperações de veículos indica um conluio entre as empresas e os traficantes.

A Polícia Civil já cumpriu mandados de busca contra sócios de empresas recuperadoras que receberam mais de R$ 11 milhões pela devolução de 1.600 veículos em um ano. A corporação estima que as facções criminosas são responsáveis por cerca de 80% dos roubos de veículos, transformando esse crime em uma fonte de renda para financiar suas atividades ilegais.