Lula defende que minerais do Brasil não serão explorados por estrangeiros

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou a soberania brasileira sobre seus recursos naturais durante um evento em Minas Novas, Minas Gerais, nesta quinta-feira, 24. Em resposta ao interesse dos Estados Unidos em explorar minerais estratégicos, como lítio e nióbio, Lula declarou: "Aqui ninguém põe a mão", enfatizando que esses recursos pertencem ao povo brasileiro.

A declaração surge em um contexto de tensões comerciais, com a iminente imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os EUA, a ser implementada em 1º de agosto. Lula destacou a importância de proteger não apenas o petróleo e o ouro, mas também os minerais críticos do Brasil, que são essenciais para tecnologias modernas e energias limpas.

Interesses dos EUA

O embaixador interino dos EUA no Brasil, Gabriel Escobar, participou de uma reunião com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), onde expressou interesse em firmar acordos relacionados aos minerais críticos. O Ibram, sob a liderança de Raul Jungmann, informou que a decisão final sobre a exploração mineral cabe ao governo federal, conforme a Constituição.

O Brasil possui cerca de 10% das reservas globais de minerais estratégicos, tornando-se um país-chave nesse cenário. Apesar do interesse dos EUA, a produção de terras raras no Brasil representa apenas 1% do total global. O governo brasileiro busca equilibrar a exploração econômica com a proteção da soberania nacional.

Estratégia Nacional

A postura de Lula reflete uma estratégia clara de defesa dos interesses nacionais em um mercado global em ascensão. O governo brasileiro está desenvolvendo uma Política Nacional de Minerais Críticos e Estratégicos, que visa não apenas proteger os recursos, mas também potencializar a produção local. A demanda crescente por esses minerais, especialmente em setores como tecnologia e energia, coloca o Brasil em uma posição de destaque, exigindo uma gestão cuidadosa para garantir que os interesses do país sejam respeitados.