Lula se diz pronto para diálogo com Trump em visita ao Brasil

A uma semana do início do tarifaço dos Estados Unidos contra o Brasil, o presidente Lula reafirmou sua disposição para negociar com o ex-presidente Donald Trump, mas deixou claro que não cederá em questões como a regulação das big techs e a responsabilização do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em evento na região metropolitana de São Paulo, Lula declarou: "Quando souber da verdade, Trump vai falar: 'Lula, não vou mais taxar o Brasil'".

O tarifaço, que começa a valer na próxima sexta-feira, 1º de setembro, é resultado de tensões comerciais que se intensificaram desde maio. O governo brasileiro tem tentado estabelecer um diálogo com a administração norte-americana, mas ainda não anunciou avanços significativos nas negociações. A equipe do ministério da Fazenda tentou contato com a secretaria do Tesouro dos EUA, mas foi informada de que as tratativas dependem de autorização da Casa Branca.

Posições Firmes

Lula destacou que três pontos da carta de Trump são inegociáveis. O presidente brasileiro afirmou que a questão de Bolsonaro é um problema da justiça e não do governo atual. Além disso, enfatizou que a regulação das big techs será respeitada, afirmando que "tem que respeitar a legislação brasileira". Ele também contestou a alegação de que os EUA têm prejuízo nas relações comerciais com o Brasil, lembrando que o país norte-americano apresenta superávit há 15 anos.

Durante sua visita a Osasco, Lula anunciou um investimento de R$ 4,67 bilhões para a urbanização de favelas em 12 estados, incluindo R$ 12 milhões para melhorias nas favelas da 13 e do Limite. O governador Tarcísio de Freitas foi convidado para o evento, mas não compareceu, o que gerou uma alfinetada do presidente: "Convido prefeito e governador para todos os eventos que faço porque estou em missão institucional".