25 de jul 2025
Polícia Militar indiciará agentes por estupro de indígena em cadeia no Amazonas
Polícia Militar do Amazonas indiciará quatro policiais por estupro de mulher indígena, enquanto Ministério Público pede prisão preventiva de seis envolvidos.

A promotora Silvana Cavalcanti abraça indígena que denunciou violência em prisão (Foto: MP/Amazonas)
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A Polícia Militar do Amazonas indiciará quatro policiais militares suspeitos de estuprar uma mulher indígena da etnia Kokama durante sua detenção em Santo Antônio do Içá. A mulher, de 29 anos, alegou ter sido vítima de estupros sistemáticos enquanto estava presa de novembro de 2022 a agosto de 2023, em condições degradantes, ao lado de detentos homens.
As investigações, conduzidas por um inquérito policial militar, revelaram que os abusos ocorreram na presença do filho recém-nascido da vítima. A promotora Silvana Cavalcanti destacou a gravidade das acusações, que incluem episódios de estupros coletivos. Para garantir a segurança da vítima, o Ministério Público do Amazonas solicitou a prisão preventiva de cinco policiais e um guarda municipal.
Medidas de Proteção
Os policiais indiciados foram afastados de suas funções operacionais e estão respondendo a um procedimento administrativo que pode resultar em expulsão. O Comando da Polícia Militar expressou repúdio aos atos relatados e reafirmou seu compromisso com a legalidade. A procuradora-geral de Justiça, Leda Mara Albuquerque, enfatizou que a situação da mulher é inaceitável e que o Estado deve garantir tratamento digno a todos os detentos.
Uma equipe multidisciplinar do Ministério Público visitará Santo Antônio do Içá para oferecer apoio psicossocial à família da indígena. A defesa da mulher, que já processou o estado por danos morais, pede acompanhamento médico e psicológico, além de uma indenização de R$ 500 mil.
Contexto da Detenção
A indígena foi presa após uma denúncia de violência doméstica e, ao chegar à delegacia, foi informada sobre um mandado de prisão por suposta participação em um homicídio. A falta de uma cela feminina resultou em sua colocação em um espaço inadequado, onde os abusos começaram. A situação expõe a negligência do estado em relação aos direitos humanos e à proteção das mulheres em situação de vulnerabilidade.
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