Celulares furtados são desbloqueados facilmente em lojas da Barra da Tijuca

A violência e os roubos de celulares no Rio de Janeiro têm se intensificado, especialmente em áreas como Barra da Tijuca e Recreio. Dados recentes mostram um aumento de 8,7% nas ocorrências na Barra, que passou de 390 para 424 registros de 2022 para 2023. O Recreio também apresenta um crescimento alarmante, com um aumento de 178% nos últimos quatro anos.

O delegado Neilson Nogueira, da 16ª DP, alertou que qualquer loja pode desbloquear celulares roubados, facilitando o acesso a contas bancárias das vítimas. Quadrilhas estão utilizando notas fiscais falsas para legitimar a venda de produtos furtados pela internet, tornando o comércio clandestino mais atrativo. Essas empresas, que emitem notas por valores entre R$ 20 e R$ 30, operam sem movimentação comercial real, apenas para fornecer documentação a criminosos.

Além disso, os assaltantes têm adotado táticas mais agressivas, obrigando as vítimas a desbloquear os aparelhos e fornecer senhas. O uso de celulares desbloqueados aumenta o valor do produto no mercado negro, pois permite que os criminosos realizem transações financeiras. O delegado Nogueira observa que muitos delitos são cometidos por adolescentes reincidentes, com uma média de 33 apreensões mensais registradas pelo 31º Batalhão.

A sensação de insegurança é palpável entre os moradores. Maria Lucia Mascarenhas, presidente do 31º Conselho Comunitário de Segurança, destaca que a reincidência de crimes tem gerado um clima de medo. O músico Léo Moreno compartilhou sua experiência de assalto, ressaltando a violência crescente nas abordagens.

Para combater essa situação, o Governo Federal lançou o Cadastro Nacional de Celulares com Restrição, que permite verificar se um aparelho foi roubado. Essa ferramenta é uma tentativa de aumentar a segurança na compra de celulares, um bem essencial na vida cotidiana. O Mapa do Crime, desenvolvido pelo GLOBO, também oferece dados detalhados sobre roubos em diferentes bairros, ajudando a população a entender melhor a dinâmica da violência na cidade.